Abstract

Análise e comparação de três diferentes obras que dialogam entre si: o romance de Joseph Kessel Belle de Jour (1928) e os dois filmes a ele ligados, Belle de Jour, de Luis Buñuel (1967) e Belle Toujours, de Manoel de Oliveira (2006), com o objetivo de compreender as várias dimensões do processo de transcodificação semiótica operado pelos dois cineastas. Os deslizamentos de sentido, bem como as mudanças formais acontecidas na passagem do livro para a primeira obra fílmica, são acentuados com a realização do filme de Oliveira, o qual, embora desejando explicitamente dialogar com a obra de Buñuel, acaba por manifestar uma continuidade que vai até à origem literária de todo o processo. Desta forma, a obra final testemunha a intertextualidade presente já no filme que a antecede, complexificando esse diálogo através da resposta que fornece tanto às sugestões nesta corporizadas, quanto aos sentidos ocultos nela encontrados. Assim se estabelece uma nova dinâmica de intercâmbio entre as três obras, que favorece uma permanente re-leitura de cada uma delas e lança simultaneamente novos dados sobre o fenómeno da adaptação fílmica e das relações interartes, nomeadamente entre a literatura e o cinema.

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