Abstract
Desde a Revolução de 1959, as relações dos Estados Unidos com Cuba entraram em uma era de antagonismo e tensões políticas. Após quase meio século de uma proximidade íntima, os dois países passaram a ser inimigos em pleno contexto de Guerra Fria. O resultado disso foi que os Estados Unidos se engajaram em uma estratégia austera de política exterior com Cuba, cortando relações diplomáticas e impondo um embargo comercial que viria a se perpetuar por meio século. Mesmo com o fim do conflito bipolar, as relações antagônicas entre os dois países se mantiveram inalteradas e Cuba permaneceu um país em isolamento graças ao embargo comercial estadunidense. Foi somente em 2014 que a administração Obama apostou em uma estratégia diferente, quebrando um paradigma político de décadas e promovendo uma reaproximação com Cuba. Ainda assim, o processo de normalização nunca foi completo e evidenciou como a estratégia de política externa dos Estados Unidos para Cuba depende de diferentes atores domésticos e seus distintos interesses. Para compreender esse fenômeno é preciso entender como se formou a estratégia antiga, por que ela se perpetuou e quais foram as condições que levaram a que fosse possível sua quebra. Este artigo traz um estudo histórico dos principais eventos entre Cuba e Estados Unidos que ocorreram a partir da Revolução, buscando melhor explicar a formação e a mudança da estratégia de política externa estadunidense para Cuba, passando por eventos como a invasão da Baía dos Porcos, a Crise dos Mísseis, as diversas crises migratórias até o processo de normalização e ruptura da antiga estratégia promovido pelo governo Obama.
Highlights
A Revolução CubanaPara começar a compreender a trajetória de inimizades entre Cuba e Estados Unidos dos últimos anos, é preciso se aprofundar um pouco no que foi a Revolução cubana e no processo que levou ao rompimento diplomático entre os países
Since the Cuban Revolution in 1959, the relations between the United States with Cuba have entered an era of antagonism and political tensions
Com a saída de Fidel do poder e a chegada de Obama à presidência dos Estados Unidos, a nova administração estadunidense esperou o segundo mandato para apostar na mudança de forças e interesses internos, em ambos os países, de tal forma para que fosse possível custear a quebra do antigo paradigma e a adoção de uma nova estratégia
Summary
Para começar a compreender a trajetória de inimizades entre Cuba e Estados Unidos dos últimos anos, é preciso se aprofundar um pouco no que foi a Revolução cubana e no processo que levou ao rompimento diplomático entre os países. Esse clima de incertezas serviu para que não só os Estados Unidos se afastassem do governo de Batista, mas também para que houvesse atores estadunidenses com uma visão positiva do grupo de revolucionário liderado por Castro. Apesar de Fidel Castro ter insistentemente reiterado que não era comunista durante sua visita, para Leogrande e Kornbluh (2015)[5] a desconfiança estadunidense, combinada com a falta de experiência diplomática da delegação cubana e o próprio receio de perder sua autonomia, culminaram em um não entendimento entre as partes e o primeiro passo rumo a quebra de relações entre os dois países. Nos meses que se seguiram à visita de Castro aos Estados Unidos, o confisco de propriedades privadas por parte do Estado cubano aumentara, incluindo propriedades estadunidenses, o que levou a uma quebra definitiva entre o novo governo revolucionário e o do país vizinho. A diplomacia tradicional entre os dois países permaneceu inexistente por mais de 50 anos e as relações formais, a partir desse momento, eram realizadas pelas oficinas de interesses
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