Abstract

O artigo traz uma reflexão a respeito das mudanças conceituais percebidas no Brasil ao longo do último século no que tange às suas características étnico-raciais. O objetivo é analisar as transformações sentidas não apenas na composição étnico-racial do país, mas também os motivos sociais, teóricos e políticos que fizeram com que se abandonassem os debates em torno do mestiço e se chegasse ao contexto atual, em que se pauta outra lógica, qual seja: a identificação afro-brasileira. A ideia de um país mestiço e a busca pelo branqueamento do país significaram a institucionalização da desmemória das origens étnico-raciais. Isso fez com que negros e indígenas fossem incorporados na sociedade brasileira não como sujeitos plenos de direitos, mas enquanto “marcos da brasilidade”. O negro no Brasil do século XXI, por meio de sua intelectualidade, tem se afirmado enquanto afro-brasileiro, trilhando o caminho de recriar sua origem para além da fronteira nacional; ou seja, não se trata de um retorno ao lar africano, mas do refazer de sua subjetividade, em um terceiro espaço, um território subjetivo. Isso se dá por meio da crítica à racialização de sua pertença étnica, bem como à hierarquização a qual foi submetida sua história, denunciando a maneira como a diferença se transformou em pretexto e justificativa para a desigualdade social.

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