Abstract

A categoria de "desemprego" é fruto de uma construção social, estatística e jurídica que se pode fazer recuar, na Europa, ao fim do século XIX e início do XX. Nasceu de uma reformulação da "questão social" que se articulava em torno da noção de "pobreza", até o fim do século XVIII, e de "pauperismo", no século XIX. A noção macrossocial de "desemprego" encontra-se no cerne de um novo paradigma de representação e de ação, que tem seu acabamento no programa de Beveridge de busca do "pleno emprego" nas sociedades democráticas do pós-guerra. A partir dos anos 60, assiste-se a um processo de "desconstrução" progressiva da noção de desemprego, em alguns aspectos simétrico ao que deu lugar à "invenção do desemprego". Esse processo fragiliza o discurso econômico, que fundara sua legitimidade, ao longo do pós-guerra, sobre o sucesso das políticas de "pleno emprego".

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