Abstract

Segundo o geógrafo Pedro de Almeida Vasconcelos, os períodos densos correspondem a momentos de grande intensidade, em que ocorrem acontecimentos transformadores para uma cidade ou um espaço qualquer. A tese defendida neste artigo é a de que o intervalo entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, marcada, entre outras coisas, pela introdução do hábito social dos banhos salgados de mar e a consequente “balnearização” das praias, constitui um período denso para a produção do espaço praiano do Recife.
 
 Abstract
 
 SINCE THE INCORPORATION OF SEA SALTED BATHS TO THE SEASIDE URBANIZATION IN RECIFE: A “DENSE PERIOD” IN BEACH SPACE PRODUCTION
 
 According to geographer Pedro de Almeida Vasconcelos, the dense periods correspond to moments of too much intensity, which occur transformative events for a city or any space. The thesis defended in this article is that the interval between the second half of the nineteenth century and the first half of the twentieth century, marked, among other things, by the introduction of the social habit of salty sea baths and the consequent seaside urbanization, constitutes a dense period for the Recife beach space production.

Highlights

  • Segundo o geógrafo Pedro de Almeida Vasconcelos, os períodos densos correspondem a momentos de grande intensidade, em que ocorrem acontecimentos transformadores para uma cidade ou um espaço qualquer

  • Isso significa atentar para um detalhe importante: em alguns casos, o que significa um período denso para toda a cidade, não significa o mesmo para algumas de suas porções ou alguns de seus bairros

  • As casas de banho surgidas nos finais dos oitocentos, e que funcionaram até o início dos novecentos, contribuíram para o usufruto balneário das praias nas cidades de Olinda e Recife

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Summary

Introdução

O espaço praiano é resultado de diferentes e conflituosas práticas sociais acumuladas através dos tempos, muitas das quais surgidas mediante absorção de comportamentos e estilos de vida advindos da moderna ocidentalidade, ensejando movimentos de “apropriação”, “valorização” e “consumo” desiguais do espaço. É por isso que preferimos o termo “praiano”, uma vez que o espaço objeto de nossas reflexões é aquele produzido a partir de processos de apropriação, valorização e consumo realizados ao redor das praias, ou tendo elas. Portanto, de parcelas morfologicamente específicas do litoral, onde há “faixa de terra de areia ou cascalho” (HOUAISS; VILLAR; FRANCO, 2015) ou “depósitos de areias acumuladas pelos agentes de transportes fluviais ou marinhos” (GUERRA, 1993), que se tornaram objeto de apropriação e do referido processo de valorização no final dos oitocentos e início dos novecentos, levando à constituição de inúmeros problemas sociais e ambientais, muitos dos quais objeto de estudos e intervenções do planejamento urbano

Os “períodos densos”
Incorporação dos banhos salgados de mar no final dos oitocentos
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