Abstract
O artigo discute e analisa a identidade religiosa judaica a partir do marco da diáspora que originou comunidades novas, marcadas por diferenças linguísticas, religiosas, históricas e culturais. A identidade judaica e sua configuração no campo religioso constitui na trama do simbólico o que é ser judeu em qualquer lugar do mundo, conduzindo a ideia de um povo /nação. Para entender o processo identitário do povo judeu foi necessário um contexto republicano. A capital mineira em sua fundação experimentou uma diversidade de povos migrantes judeus de diversas partes do país. Na formação da comunidade prevaleceram os judeus migrantes do Leste europeu responsáveis pelas primeiras organizações religiosas e comunitárias na cidade. A partir da década de 1930, principalmente com o aumento do antissemitismo europeu, a cidade passou a receber um outro grupo que trouxe novas contribuições para os judeus belo-horizontinos, ampliando a influência cultural e política, evidenciando uma singularidade no modo de ser judeu. O caminho escolhido para entender esse processo identitário e de singularidade foi o histórico.
Highlights
The article discusses and analyzes the Jewish religious identity from the frame of the diaspora that led to new communities, characterized by linguistic, religious, historical and cultural differences
E quando o povo estabelece sua identidade como nação sem o território? Essa indagação nos permite investigar os judeus em Belo Horizonte em sua origem e expansão da cidade
Apesar do imaginário político republicano, que se carrega no discurso, mas se esvazia na prática no Brasil e na cidade (pois reforçou até no próprio planejamento urbano a segregação e as formas de controle social excludentes), é por meio da utilidade, na composição de um comércio diferenciado e cosmopolita importante para o ideal moderno presente na concepção da capital mineira, que o judeu efetivamente consolida suas potenciais formas de integração e participação marcando sua atuação singular com a cidade de Belo Horizonte
Summary
A identidade funciona como uma referência dentro do mundo social que define objetivamente a localização do ser e do estar no mundo. É por essas marcas diferenciadoras entre as comunidades judaicas que se formaram pelo mundo e sua relação com a sociedade mais ampla onde se localizava que investigar a identidade judaica tornou-se uma complexidade às vezes de difícil compreensão. A tradição é um dos componentes da identidade judaica, porque manipula valores como história, origem em comum, experiências de perseguição, extermínio e segregação entre outras memórias associadas, mas não é por si só a determinação da identidade judaica, visto que os grupos de judeus atualmente do mundo são marcados por uma diversidade cultural, religiosa, linguística. Ligadas à circulação dos sexos dentro do grupo para garantir a sua reprodução biológica, social, cultural e religiosa e a demarcação dos espaços; ao sentimento que leva cada uma das sociedades da diáspora a se fechar, para conservar seus traços religiosos e culturais. E quando o povo estabelece sua identidade como nação sem o território? Essa indagação nos permite investigar os judeus em Belo Horizonte em sua origem e expansão da cidade
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