Abstract

Inteligência, sofisticação, gosto apurado, domínio de várias línguas, conhecimentos estabelecidos de arte, cultura e o uso das regras de etiquetas. Esses aspectos, de forma naturalizada, compõem o habitus diplomático. A diplomacia brasileira por muito tempo se manteve fiel às normas e ao espaço que a consagravam e distinguiam do restante da sociedade brasileira, por isso até à redemocratização o Itamaraty era o espelho de sua elite, isso inclui a maioria expressiva de homens brancos. Somente a partir da segunda metade dos anos 1990 se adotam medidas mais efetivas com a preocupação de diversificar os quadros da carreira. Considerando a construção histórica do campo, do habitus diplomático e as medidas adotadas nas últimas décadas, pretende-se investigar as formas de exclusão e inclusão das minorias, sobretudo mulheres e negros. A investigação sobre esse espaço social é fundamental na medida em que a produção acerca desse campo e de seus agentes é bastante escassa. Para a análise foram empregados métodos quantitativos e qualitativos: survey, entrevistas, livros de memórias, biografias, consulta a banco de dados com a origem geográfica e formação escolar, anuários e editais de concurso.

Highlights

  • The Brazilian diplomacy remained for a long time faithful to the norms and spaces that consecrated and distinguished it from the rest of Brazilian society, so that until the redemocratization Itamaraty was the reflection of its elite, this includes the expressive majority of white men

  • Considering the historical construction of the field, the diplomatic habitus and the measures adopted in the last decades, its intended to investigate the forms of exclusion and inclusion of minorities, especially women and black people

  • O dia em que Joaquim Barbosa foi reprovado no Itamaraty

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Summary

Mulher diplomata

Pautando-se no artigo 1973 da Constituição de 1891, o qual dizia que “todos os brasileiros” poderiam pleitear um cargo público, Maria José de Castro Rebello Mendes, em 1918, torna-se a primeira mulher a ingressar no Itamaraty. Entretanto, no primeiro concurso do Instituto Rio Branco, em 1945, não se colocou em edital tal proibição, gerando o seguinte constrangimento: No início de abril, o Instituto ainda era celebrado por abrir “as portas a quantos queiram se inscrever sem distinção de sexo e de casta”, mas já funcionava um processo de “severa seleção de documentos”, como afirmou um servidor, para diminuir o número de candidatos indesejáveis no certame. Em 16 de abril, após o encerramento das inscrições, e menos de duas semanas antes do início das provas, partiu da Presidência da República, mais especificamente de Gabriel Monteiro da Silva, chefe da Casa Civil, a determinação de que “sendo pensamento do governo não admitir mais o ingresso de funcionários do sexo feminino à carreira de diplomata”, o Itamaraty deveria evitar matrícula definitiva no Instituto Rio Branco de mulheres até que fosse publicado um Decreto-Lei que legalizasse a proibição. O reflexo disso pode ser visto na tabela a seguir: Tabela 1 – Gênero dos diplomatas aposentados (2015)

Terceiro Secretário
Sexo Homens Mulheres Total
Mulheres são favorecidas nas promoções
Homens Mulheres Total
Os negros diplomatas
Considerações finais
Fontes e sites

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