Abstract

A vivência religiosa das pessoas no Brasil passa por transformações aceleradas há algumas décadas. O catolicismo romano deixou de ser oficial há quase um século e meio, e o país teve muitas de suas constelações sociais tradicionais desafiadas por processos de modernização. A consequência, no entanto, não foi a secularização da esfera pública nem o abandono massivo do cultivo de fé, mas a pluralização das formas de vivê-la, das fontes de onde alimentá-la e dos objetivos a alcançar com ela. As pessoas, majoritariamente, passaram a comprometer-se menos com organizações e doutrinas religiosas, assumindo para si uma autonomia de seleção diversificada e individualizada de elementos religiosos que satisfaçam a seus desejos e necessidades espirituais e mesmo materiais, substituindo o vínculo com uma comunidade de fé pela vivência de uma religiosidade particular e específica. Em número crescente, elas vêm se agregando mais pela afinidade e militância política fundamentada religiosamente do que por tradições, ética ou esperanças informadas por uma religião. O texto busca contribuir para o entendimento dessa transformação.

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