Abstract

Esta pesquisa aborda a corrupção, reconhecendo a importância das redes transnacionais informais na perpetuação da corrupção. O objetivo geral é compreender, sob a lente pós-colonial, como a corrupção se constitui um fenômeno transnacional. Realizamos uma pesquisa qualitativa, com a análise de documentos sobre casos de corrupção envolvendo um grande banco internacional: o HSBC Holdings Plc. O material empírico foi extraído da organização International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ) e do jornal britânico The Guardian, sendo submetido à análise temática. O mapa temático final destaca dois temas que desvelam as relações coloniais: a cumplicidade dos agentes do sistema financeiro com os infratores e a impunidade do colonizador com esses mesmos agentes. Os resultados apontam para um padrão histórico de leniência e conivência do banco com criminosos, com diversos processos acusatórios encerrados com acordos, resumidos às multas que, por maiores que fossem em relação às práticas da justiça até então, não representavam sanções que inibissem as eventuais reincidências.

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