Abstract

Os projetos de extensão e pesquisa das universidades precisam se haver com o racismo manifesto nas relações entre pessoas e nos dados estatísticos sobre morte dos brasileiros. O mapa da violência de 2016 explicitou mais uma vez o extermínio de jovens negros do sexo masculino. Como o luto é elaborado pelos familiares e quais as condições que freariam a violência? O objetivo do artigo é apresentar o projeto de extensão “Escuta Clínico-Política de Sujeitos em Situações Sociais Críticas”, que nasceu com o intuito de ouvir mães que perderam filhos em situações de violência de Estado e oferecer atividades para adolescentes e jovens em luta pela vida. Um dos métodos utilizados nas ações extensionistas foi a oferta de uma roda de conversa, “Hip-hop e o enfrentamento à Violência”, cujo resultado foi a emergência de três temas: cultura hip-hop como um sonho possível; manifestação cultural como ponto de ancoragem para os sujeitos; e arte como modo de ocupação dos espaços públicos. Assim, os autores convidam os psicólogos a criarem espaços de fala, escuta e ação que resistam ao racismo, à violação de direitos e problematizem as condições que geram a desigualdade social brasileira.

Highlights

  • The extension and research college projects need deal with the racism manifest in the relations between people and in the statistical data about young Brazilians deaths

  • Jovens e negros do sexo masculino continuam sendo assassinados todos os anos como se vivessem em situação de guerra” (CERQUEIRA et al, 2017, p. 30)

  • Dissertação (Mestrado Interdisciplinar)_Universidade Federal de São Paulo, Baixada Santista, Santos, 2017

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Summary

Outra imagem especular nacional mais próxima de

O ensino superior brasileiro está tendo que se haver, cada vez mais, com o racismo institucional manifesto nas relações entre as pessoas que convivem no ambiente universitário. A despeito de algumas dificuldades dos adolescentes com a língua portuguesa, o que sobressaiu foi o movimento de suspensão de um cotidiano institucionalizado e hierarquizado, por meio do convite à poesia e à música, subsidiando formas imaginativas de resistência e potencializando a manutenção da vida desses jovens, bem como criando laços de pertencimento simbólicos com uma cultura autônoma produzida pela periferia. Se os jovens das classes sociais mais abastadas economicamente, cada vez mais, se afastam dos espaços públicos como modo de responder ao discurso sobre a segurança e ao suposto perigo de uma sociedade violenta, a eles é disponibilizado o acesso a outros espaços de convivência e aos bens imateriais e materiais produzidos pela humanidade, o que aumenta o seu repertório cultural e os suportes sociais, institucionais e familiares diante das agruras da vida. Portanto, nestes espaços da cidade que irrompem as potências criativas de movimento e militância, permitindo novos significados e a invenção de múltiplos modos de ocupação da urbe

Considerações finais
Contribuições dos autores
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