Abstract

Este ensaio tem por objetivo analisar e debater criticamente o movimento denominado Escola sem Partido, discutindo sua origem, o contexto sociopolítico no qual ele se desenvolve e quais são as teses que o sustentam. Busca traçar um breve olhar pela área de conhecimento da Educação Física, especificamente pelo viés da perspectiva crítico-superadora, e quais são os desdobramentos e as consequências, imediatas e futuras, para o seu ensino e para o trabalho do professor no âmbito da escola pública. Por fim, sugere possibilidades e ações de enfrentamento ao discurso conservador em defesa de uma educação e uma Educação Física crítica em que alunos e alunas sejam sujeitos ativos do processo de ensino-aprendizagem.

Highlights

  • This essay aims to analyze and critically discuss the movement called “schools without parties”, looking into its origin, the socio-political context in which it develops and the arguments that sustain it

  • future ramifications and consequences are for PE teaching and PE teachers' work in the public school context

  • In: FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.) Escola sem” partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira

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Summary

O BERÇO DO ESCOLA SEM PARTIDO: A ASCENSÃO DO NEOCONSERVADORISMO

Para discutirmos o ESP enquanto fenômeno político e social, faz-se necessário compreender o contexto no qual ele é gerido, cresce e ganha corpo na sociedade brasileira. Essa visão tem tido influência em diversas proposições de políticas públicas e defende uma noção de educação baseada pelos seus interesses, não voltada para a formação do ser humano como um todo, mas baseada em um projeto de sociedade que responsabiliza cada indivíduo por sua condição de vida, e que é dever de cada um investir em si mesmo, criar um “capital humano”, para assim competir no mercado e disputar melhores condições de vida. Não é de se estranhar que o criador do PL Escola sem Partido, o procurador Miguel Nagib, tenha afirmado em audiência pública da Comissão de Educação do Senado Federal, em 1o de setembro de 2016, que uma das referências para criar o citado projeto de lei tenha sido o Código de Defesa do Consumidor 2. Afirma lutar pela “descontaminação e desmonopolização política e ideológica das escolas”, pois, segundo o site, existe um “exército organizado de militantes travestidos de professores” que querem impor aos estudantes sua visão de mundo, que, segundo a organização do movimento, são visões “esquerdistas”, incluindo a “ideologia de gênero”, bem como a defesa do marxismo e suas vertentes, e que seriam defendidas, principalmente, pelo Partido dos Trabalhadores (PT)

A NEGAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E A OBJETIFICAÇÃO DO EDUCANDO
A EDUCAÇÃO FÍSICA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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