Abstract

O futebol de várzea não é apenas um esporte praticado em campos periféricos improvisados. Para muitas pessoas que não têm acesso a estruturas adequadas de lazer e esporte, os campos de futebol amador se tornam um refúgio. Leonor Arfuch apresenta o conceito de cronotopia, que conecta o tempo e o lugar vivenciado às experiências que moldam nossa identidade. No contexto do futebol amador, o campo de várzea se transforma nesse cronotopo, um espaço-tempo marcado pelo imaginário e pela valorização desse local como um refúgio contra ambientes desafiadores. Através da análise discursiva de entrevistas com cinco frequentadores de campos de várzea de Belo Horizonte/MG, foi possível extrair imaginários que atravessam o interdiscurso que perpassa as narrativas, dentre eles estão: 1) o campo de várzea como cronotopo por ser um espaço que contrasta com a vida difícil das periferias, e 2) o campo de várzea como cronotopo por significar um espaço simbólico que deve ser defendido diante da ameaça da especulação imobiliária.

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