Abstract

Este artigo investiga as fontes de vulnerabilidade e o grau de severidade das crises cambiais e financeiras na América Latina e no Leste Asiático. Evidências obtidas a partir de um conjunto de indicadores calculados por país e por região para cada ano entre 1990 e 2004 sugerem que as economias do Leste Asiático eram potencialmente mais vulneráveis em aspectos relacionados ao setor bancário, enquanto as fragilidades das economias latino-americanas concentravam-se nos desequilíbrios fiscais e nas transações correntes do balanço de pagamentos. Por sua vez, estimativas do grau de severidade das crises mostram que, embora atenuadas na crise asiática de 1997-1998, as diferenças regionais persistiam.

Highlights

  • Financial and currency crises: comparing Latin America and East Asia This article focuses on the sources of vulnerability to currency and financial crises as well as on their degree of severity in Latin American and East Asian economies

  • Exceto em 1992 e durante a crise do Leste Asiático, em que ocorreram depreciações reais em todas as economias dessa região, prevalece certa estabilidade na taxa de câmbio real relativa das duas regiões

  • De acordo com o Gráfico 8, esse indicador foi maior para o Leste Asiático em todo o período de análise, apresentando um forte crescimento entre 1994 e 1996.51 Embora uma elevada proporção do crédito ao setor privado em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) possa expressar uma economia mais estável e dinâmica, um ordenamento legal e jurídico que proteja os contratos e os direitos dos credores e favoreça transações financeiras, e um sistema bancário mais eficiente e articulado com o setor produtivo, é correto inferir, com o auxílio de outras evidências, que esse indicador reflita, até a deflagração da crise, excessos nos mercados de crédito e maior vulnerabilidade a crises nas economias do Leste Asiático

Read more

Summary

Crises cambiais e financeiras

A literatura identifica três “gerações” de modelos de crises cambiais. Os chamados “modelos de primeira geração” privilegiam o desequilíbrio fiscal persistente em um regime de taxa fixa de câmbio: a recorrente monetização torna inócuo o esforço do governo de preservar a paridade cambial, resultando na exaustão das reservas e na crise. Se o descasamento de moedas for disseminado por toda a economia, uma depreciação da taxa de câmbio pode ter fortes efeitos sobre os balanços patrimoniais das famílias, bancos, empresas do setor não bancário, e governos, elevando em termos da moeda doméstica os passivos denominados em moeda estrangeira e aumentando o risco de default caso seus detentores não tenham receitas/ativos em moeda estrangeira ou alguma outra forma de hedge cambial.. Mishkin argumenta que os países desenvolvidos, dispondo de instituições monetárias com credibilidade, podem contratar dívida na moeda doméstica e por prazo mais longo, amortecendo os impactos de uma desvalorização cambial sobre os balanços dos bancos e das empresas

Liberalização financeira e reversão súbita nos fluxos de capital
Regimes cambiais nas economias emergentes
Taxa de câmbio real
Relação entre conta corrente do balanço de pagamentos e PIB
Relação entre dívida externa líquida e exportações de bens e serviços
Serviço da dívida externa como fração das exportações
Oferta monetária como proporção das reservas internacionais
Dívida externa de curto prazo como fração das reservas internacionais
Depósitos de não residentes como proporção do PIB
Crédito ao setor privado como parcela do PIB
Depósitos de residentes como proporção do PIB
3.10 Relação entre taxa de juros de empréstimos e taxa de juros de depósitos
3.11 Taxa de crescimento real do produto
3.12 Multiplicador M2
3.13 Taxa de inflação
3.14 Grau de abertura
3.15 Taxa real de juros doméstica
3.17 Indicadores de severidade das crises
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call