Abstract

O artigo analisa a posição do setor de indústrias de máquinas e equipamentos face à mudança na política externa do governo de Michel Temer. Procuramos responder se a reorientação da posição do Estado brasileiro no cenário internacional é consensual entre os diferentes setores que compunham a grande burguesia interna brasileira tendo como foco a burguesia industrial. Para tanto, estudamos a posição deste setor em relação às negociações do acordo Mercosul-União Europeia (UE). Analisamos documentos e entrevistas de pessoas dos altos cargos da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), bem como dados do comércio internacional do Brasil. A hipótese levantada é de que ocorre divergência entre o posicionamento da ABIMAQ e o posicionamento da entidades de cúpula da burguesia industrial, FIESP e CNI. Portanto, defende-se que não há o consenso no interior da burguesia interna brasileira apesar de ter aparecido na cena política no processo do golpe uma crítica à política externa dos governos PT.

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