Abstract
No Vale do Paraíba do Sul, entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a substituição da Mata Atlântica para o cultivo do café degradou os solos e os cursos d’água. O cultivo de espécies florestais pode ajudar a restaurar esse ambiente. O guanandi (Calophyllum brasiliense Cambess.) é uma espécie florestal nativa com grande potencial de exploração econômica da madeira. O seu cultivo em sistema agroflorestal – SAF pode tornar-se mais vantajoso devido o seu moderado crescimento. Os objetivos com essa pesquisa foram comparar o crescimento do guanandi em monocultura e na diversificação agroflorestal em SAFs simples e biodiverso, assim como avaliar o desempenho da mandioca (Manihot esculenta Crantz.) e araruta (Maranta arundinacea L.) nesses sistemas, em ciclos com alta precipitação pluvial e escassez hídrica. O SAF biodiverso foi acrescido de feijão guandu, bananeira, palmeira juçara e diversidade arbórea. Os sistemas agroflorestais não prejudicaram o crescimento do guanandi, que incrementou a circunferência a altura do peito no SAF simples após três anos de conversão. As culturas alimentares de mandioca e araruta apresentaram desempenho compatível com a densidade de plantio utilizada nos SAFs, com produções significativamente superiores no SAF simples. A araruta suportou o estresse ambiental em ambos SAFs e dispensa o replantio, ocupando naturalmente o sub-bosque. O SAF simples é um sistema para agricultores interessados em obter o máximo rendimento de cultivos anuais em associação com a espécie florestal. O SAF biodiverso é adequado para diversificar a produção agrícola e restaurar o ambiente concomitantemente.
Highlights
In the Paraíba do Sul Valley, between the states of Rio de Janeiro and São Paulo, the replacement of the Atlantic Forest for coffee cultivation has degraded soils and watercourses
O crescimento do guanandi em ambos os sistemas agroflorestais (SAFs) foi comparado ao monocultivo, com avaliações realizadas com trena e fita métrica em cinco árvores demarcadas previamente nas fileiras centrais de cada parcela
Dentre os fatores que justificam o cultivo da araruta, destacam-se a baixa demanda por tratos culturais e o baixo custo de implantação, que favorece a sua disseminação em regiões tropicais (SHINTU et al, 2015; ROHANDI et al, 2017); a possibilidade de manejo como planta espontânea em um modelo de exploração extensiva em sistemas agroflorestais (SAFs) focados na restauração ecológica; e a crescente tendência para se cultivar e consumir vegetais não convencionais (GUILHERME et al, 2017)
Summary
O experimento foi conduzido entre os anos de 2011 e 2014, na Fazenda Coruputuba (22o53'S, 45o23W e 540 m de altitude), em Pindamonhangaba, São Paulo, no vale do Rio Paraíba do Sul, em uma importante área de transição da Serra do Mar para a Serra da Mantiqueira. O plantio de guanandi em monocultivo foi realizado no ano de 2008 no espaçamento 3,0 x 2,0 m em terraços fluviais e abrangeu áreas ciliares consideradas como de uso consolidado pelo Código Florestal. Os solos foram classificados como Cambissolo Flúvico e Planossolo Háplico, ambos são distróficos de boa drenagem e textura argilo arenosa, com as seguintes características químicas: pH (H2O) = 5,7; H + Al = 3,22 mg dm-3; P = 52,3 mg dm-3; K = 19 mg dm-3; Ca = 1,3 cmolc dm-3; Mg = 0,8 cmolc dm-3; matéria orgânica = 27,7 dag dm-3. O clima Cwa Subtropical de inverno seco segundo a classificação de Köppen foi monitorado (Tabela 1)
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