Abstract

Com base em pesquisa bibliográfica e documental, este ensaio reflete sobre a importância de uma postura, reflexão e ação responsáveis da igreja luterana em meio à pandemia do COVID-19, diante de posturas religiosas que, irresponsavelmente, negam a seriedade da situação e descartam resultados de pesquisas científicas e as recomendações de comportamento delas decorrentes. Recorrendo a Viktor Frankl e Martin Lutero, discorre sobre a tentação de Deus implicada nestas posturas, já presentes na época da Reforma protestante, e defende, com Dietrich Bonhoeffer, que o lugar da igreja é no centro da realidade, em diálogo, solidariedade e cuidado. Enquanto precisam fechar as portas dos tempos, não devem fechar-se à sua missão.AbstractBased on bibliographical and documentary research, this essay reflects on the importance of a responsible attitude, reflection and action of the Lutheran church in the midst of the COVID-19 pandemic, confronting religious attitudes that, irresponsibly, deny the seriousness of the situation and dismiss results of scientific research and the recommendations for adequate behaviour stemming from them. With reference to Viktor Frankl and Martin Luther, the article promotes a discourse on tempting God implied in such attitudes, already present during the Protestant Reformation, and defends, with Dietrich Bonhoeffer, that the church’s place is in the centre of reality, in dialogue, solidarity and care. While churches need to close their temple’s doors, they must not retreat from their mission. AbstractBased on bibliographical and documentary research, this essay reflects on the importance of a responsible attitude, reflection and action of the Lutheran church in the midst of the COVID-19 pandemic, confronting religious attitudes that, irresponsibly, deny the seriousness of the situation and dismiss results of scientific research and the recommendations for adequate behaviour stemming from them. With reference to Viktor Frankl and Martin Luther, the article promotes a discourse on tempting God implied in such attitudes, already present during the Protestant Reformation, and defends, with Dietrich Bonhoeffer, that the church’s place is in the centre of reality, in dialogue, solidarity and care. While churches need to close their temple’s doors, they must not retreat from their mission.

Highlights

  • Based on bibliographical and documentary research, this essay reflects on the importance of a responsible attitude, reflection and action of the Lutheran church in the midst of the COVID-19 pandemic, confronting religious attitudes that, irresponsibly, deny the seriousness of the situation and dismiss results of scientific research and the recommendations for adequate behaviour stemming from them

  • 1.3 milhões de vidas já foram perdidas nesse período de pandemia e mais de 52 milhões casos confirmados, com um ranking no qual o Brasil mantém o vergonhoso terceiro lugar em termos de casos, e o segundo em termos de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos da América, segundo o Mapa COVID-19 do Centro de Pesquisas do Coronavírus da Universidade de Medicina Johns Hopkins

  • Disponível em http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/homepage/destaques/capital-temprimeiro-obito-relacionado-ao-covid-19, acesso em: 27 mar

Read more

Summary

Um vírus que desmascara a vulnerabilidade humana

Em sua abordagem de uma “psicoterapia coletiva” diante da “neurose coletiva”, o neuropsiquiatria austríaco Viktor Frankl (1905-1997), muito conhecido pela descrição e busca de sentido a partir de sua passagem por quatro campos de concentração (FRANKL, 2020), afirma: Vivemos numa sociedade afluente, estamos superexcitados pelos meios de comunicação de massa e vivemos na idade da pílula. A curva da letalidade subiu muito nos ultimamente, estando em 29,757% (11/11) e com, a depender da região, até mais de 8 mil infecções por 100 mil habitantes (Terra do Fogo), atingindo no ranking mundial a oitava posição (ARGENTINA, 2020). Adotada a linha de pobreza recomendada pelo Banco Mundial, de renda de US-$ 5,50 por dia (R$ 436 por mês), mais de 51 milhões de pessoas brasileiras se enquadravam nesta situação em 2019, portanto antes da pandemia – um quarto da população do país (GARCIA, 2020)! Entretanto, com a duração do isolamento tanto as medidas governamentais quanto o comportamento da população tenderam a afrouxar, nem sempre alinhadas à situação real de diminuição da taxa de infecção e ocupação de leitos de UTI, o que acabou por aumentar a incidência da doença e criar sobrecarga do sistema de saúde. Se a pandemia em si é produto da natureza, a dimensão do seu efeito é produto da ação humana.

Tentação e responsabilidade
Reflexões em perspectiva luterana
Considerações finais
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call