Abstract
A região do extremo sul da Bahia é caracterizada por sua extensa produção de eucalipto. Grandes empresas do setor de celulose e papel desempenham importante função na economia da região através dos programas de fomento florestal. Além disso, tem-se que alguns produtores fomentados por essas empresas possuem interesse em incrementar o retorno financeiro de seus contratos de fomento florestal através do recebimento de crédito de carbono. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a contribuição dos créditos de carbono na viabilidade econômica nos contratos de fomento florestal da região. O Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor Anual Equivalente (VAE) foram os indicadores utilizados na avaliação financeira, a uma taxa de desconto de 10% ao ano, em 45 contratos de fomento distribuídos em 11 municípios da região, e estimou-se o potencial de estocagem de carbono utilizando dados de estoque de carbono do momento em que os contratos atingiram a idade técnica de corte. Os produtores florestais informaram dados referentes à produção, produtividade e rentabilidade do plantio de eucalipto em seus contratos de fomento. Os resultados da pesquisa mostram que a comercialização dos créditos de carbono pode aumentar consideravelmente a viabilidade financeira do contrato de fomento. Dessa forma, pode-se concluir que o comércio de créditos de carbono é uma atividade viável na região e aumentará os ganhos dos produtores fomentados.
Highlights
The region in the extreme south of Bahia is characterized by its extensive production of eucalyptus
A produção e a produtividade foram identificadas com base em dados de inventários florestais fornecidos pela empresa florestal fomentadora aos fomentados
Seriam comercializados anualmente os créditos gerados em quatro dessas áreas, num total de 2.771,2 ha, garantindo um estoque mínimo enquanto a quinta área é colhida, conforme proposto por Nishi (2003), Cotta (2005) e Ribeiro (2007)
Summary
As mudanças climáticas nas últimas décadas têm despertado a atenção da sociedade quanto ao futuro do planeta. O Protocolo de Quioto propôs três mecanismos adicionais de flexibilização: (i) Implementação Conjunta, (ii) Comércio de Emissões e (iii) Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), visando facilitar o cumprimento das metas de redução de emissão dos GEE por parte dos países Anexo I. Essas empresas têm aumentado a sua produção florestal por meio dos programas de fomento florestal, uma modalidade de parceria entre indústria e produtores rurais que visa à produção de madeira para a produção de celulose. Os reflorestamentos nas pequenas e médias propriedades rurais, advindos ou não de programas de fomento, apresentam maior probabilidade de sustentabilidade à medida que geram benefícios sociais mais amplos e mitigam impactos ambientais negativos, em comparação com os extensos latifúndios das grandes indústrias florestais (OLIVEIRA, 2003). Uma possível inclusão desses produtores rurais nas políticas de comercialização de créditos de carbono seria fundamental para estimular ainda mais a atividade e, consequentemente, alavancar novas ações de redução dos GEE. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo avaliar a contribuição dos créditos de carbono negociados no mercado voluntário na viabilidade econômica dos contratos de fomento florestal na região do extremo sul da Bahia
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