Abstract

A área superficial específica (ASE) está relacionada com diversas propriedades que definem o comportamento físico-químico dos solos. Neste trabalho, foi estudada a fração argila de 23 amostras de solos desenvolvidos a partir de diferentes materiais de origem, encontrados na região Sul do Brasil, a fim de estabelecer a contribuição dos principais constituintes para a ASE e a capacidade de troca de cátions efetiva (CTCe). Foram identificados os minerais por difratometria de raios X (DRX); quantificados por análise termogravimétrica (ATG); determinados os valores de CTCe e de ASEt (total), pelo método do etilenoglicol mono-etil éter (EGME); de ASEe (externa), pelo método BET-N2; e de ASEi, pela diferença dos valores obtidos entre os dois métodos. Essas determinações foram feitas antes e após os procedimentos seqüenciais de dissolução seletiva, que visavam remover: a matéria orgânica (argila-NaOCl); a matéria orgânica e os óxidos de Fe livres (argila NaOCl + DCB); e a matéria orgânica, os óxidos de Fe livres, a caulinita, a gibbsita e os minerais aluminossilicatados de baixa cristalinidade (argila-NaOCl+DCB+NaOH 5 mol L-1). Os solos estudados apresentaram grande variação na mineralogia da fração argila; para a maioria deles, a caulinita foi o mineral predominante, seguido dos argilominerais do tipo 2:1 expansíveis ou dos óxidos e hidróxidos de Fe e Al. Entre a ASEe e a CTCe da fração argila-natural não se constatou relação de dependência, devido ao recobrimento da superfície da amostra pela matéria orgânica. O efeito agregante dos óxidos de Fe promoveu diminuição de 21 % da ASEe. Os argilominerais do tipo 2:1 encontram-se em concentrações variando de 3 a 65 % da fração silicatada, contribuindo com valores médios de 1.054 mmol c kg-1 e de 202 m² g-1 para CTCe e ASEt, respectivamente. A ASEi contribui com 58 % da ASEt na fração argila com remanescentes de argilominerais do tipo 2:1.

Highlights

  • A maioria dos atributos que definem o comportamento físico-químico dos solos está relacionada com a superfície de reação de seus constituintes orgânicos ou inorgânicos

  • As amostras desferrificadas e livres de matéria orgânica, após serem saturadas com Mg2+ e liofilizadas, foram submetidas à análise termogravimétrica (TGA) para quantificação dos teores de gibbsita e caulinita, com base na perda de massa associada aos picos endotérmicos, resultantes da desidroxilação destas espécies minerais, nas temperaturas de aproximadamente 250 e 500 oC, respectivamente (Karathanasis & Harris, 1994)

  • Após os tratamentos de dissolução seletiva com DCB + NaOH 5 mol L-1, em todos os solos estudados foi possível aumentar a proporção dos argilominerais do tipo 2:1, principalmente esmectitas, que apresentavam espaçamento basal de aproximadamente 15 Å quando saturadas com Mg2+ e entre 17 e 18 Å após glicoladas (Barnhisel & Bertsch, 1989)

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

Foram coletadas amostras de 23 horizontes superficial (A) e subsuperficial (B ou C) de 19 perfis de solos da bacia do rio Paraná, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Quadro 1). No Paraná, as amostras foram coletadas numa toposseqüência de solos derivados de basalto. Os solos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul foram amostrados durante a VI Reunião de Classificação e Correlação de Solos, realizada na região Sul, promovido pela Embrapa-Solos, universidades e outros institutos de pesquisa das regiões Sul e Sudeste. As amostras foram secas ao ar, destorroadas e passadas em peneira de 2 mm de abertura de malha, obtendo-se assim a terra fina seca ao ar (TFSA)

Atributos químicos e análise granulométrica da TFSA
Folhelhos sílticos
Caracterização da fração argila
Caracterização da TFSA
Mineralogia da fração argila
Distribuição dos constituintes da fração argila
Cau Gib
CTCe e ASE da fração argila natural
Findings
LITERATURA CITADA
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