Abstract

Este artigo tem como objetivo analisar conjuntos habitacionais construídos com recursos do programa estadunidense Aliança para o Progresso (APP), a partir da categoria paisagem da dependência, de modo a explorar os aspectos históricos e econômicos que constituem a paisagem. Tais conjuntos originaram bairros que hoje mesclam o planejado e o não planejado em diversas capitais da América Latina e indicam que esta, em meio à tensão política da época, foi vista como um campo de experimentos para o planejamento urbano. A análise baseia-se na Teoria Marxista da Dependência e em estudos urbanos desenvolvidos por pesquisadores latino-americanos, assim como em documentos de bases arquivísticas nacionais e internacionais. O artigo tem como resultado a sistematização e análise de dados sobre conjuntos urbanos planejados e construídos em cinco países, com enfoque nos projetos: Vila Aliança, no Brasil; Ciudad Kennedy, na Colômbia; Colônia Kennedy, na Costa Rica; Lugano I-II e Ciudad General Belgrano, na Argentina; e Unidade Habitacional John Kennedy, no México. Conclui-se que os investimentos da APP na provisão de habitação popular e de melhorias urbanas têm relação com o aprofundamento da dependência econômica latino-americana e que os conjuntos são uma expressão socioespacial desse processo.

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