Abstract

O artigo analisa a trajetoria historico-institucional das abordagens em trabalho-saude no Brasil, do final do seculo XIX ate os anos 1950-1960. Trata-se de estudo qualitativo, com analise documental, completada com entrevistas, que adota a tipologia de Foucault sobre as vertentes da medicina social e sua analise arqueologica. A trajetoria historico-institucional da apreensao das relacoes trabalho-saude inicia-se pela medicina social urbana no seculo XIX, chegando a medicina da forca de trabalho, quando se da a hegemonia do setor trabalho sobre a saude (publica) quanto a acao do Estado e ocorre a industrializacao pos-1930. As diversas formas de tratar aquelas relacoes, tem referencia no paradigma da “organizacao racional do trabalho”, como forma de gestao do trabalho. Nessa trajetoria e assinalado o papel da higiene do trabalho, da infortunistica, da psicotecnica, da medicina comportamental, como importantes instrumentos de controle da forca-de-trabalho, assinalando-se, por fim, a vigencia da higiene industrial e sua “disputa” com a medicina do trabalho e a saude ocupacional nos anos 1950-60. Baseado na formulacao do conceito de medicina do trabalho da OMS/OIT de 1950, com o avancar do processo de industrializacao brasileiro, nos anos 1950, os servicos medicos de empresa, embrioes dos servicos de medicina do trabalho, sao a estrategia adotada, num momento anterior a propria exigencia legal, que ocorreria somente nos anos 1970, sob o governo militar.

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