Abstract

Este artigo situa-se no campo dos estudos culturais que compreendem o currículo escolar como lugar de disputa pela legitimidade de expressão do conhecimento de distintas culturas. Nessa compreensão, e comprometido com o empoderamento do povo indígena Kaiowá/Guarani, este trabalho destina-se a conhecer as especificidades dos saberes das sociedades tradicionais e a levantar questões pertinentes à pesquisa e à inserção deste conhecimento no currículo escolar. Os dados foram obtidos com base em levantamento bibliográfico e por meio de depoimentos de estudantes do Curso de Formação de Professores Indígenas Kaiowá/Guarani de Mato Grosso do Sul. O texto traz uma breve apresentação desse povo indígena e da sua luta pela escola específica e intercultural. Caracteriza o conhecimento tradicional (formas de aquisição, distribuição e transmissão) e remete a discussões que argumentam a favor de um currículo escolar aberto aos conhecimentos de culturas historicamente silenciadas.

Highlights

  • This article is positioned in the field of cultural studies that includes the school curriculum as a place of disputed legitimacy for the expression of the knowledge of different cultures

  • A convivência entre as diversas culturas é discutida por Mc Laren (2000), ao abordar as diferentes formas apresentadas pelo multiculturalismo: (1) multiculturalismo conservador de intolerância, deslegitimação dos saberes, línguas, crenças e valores do Outro; (2) humanista liberal - que afirma a igualdade intelectual dos diferentes grupos culturais e cria programas específicos de acesso e integração ao modelo social vigente; (3) liberal de esquerda – que enfatiza a diferença cultural, mas obscurece as condições de poder e a historicidade da construção das diferenças; (4) multiculturalismo crítico ou revolucionário – que entende as diferenças como representações, como produtos de lutas sobre signos e significados, e se compromete com a transformação dos contextos em que os significados e a injustiça social são gerados

  • Essa mesma posição pode ser vista na Carta de São Luís (2001), documento produzido por representantes dos povos indígenas do Brasil, no qual reivindicam o reconhecimento dos “conhecimentos tradicionais como saber e ciência”, além da criação de “um banco de dados e registros sobre os conhecimentos tradicionais” de forma a protegê-los e a favorecer a “distribuição eqüitativa de benefícios resultantes destes recursos e conhecimentos”

Read more

Summary

Introduction

This article is positioned in the field of cultural studies that includes the school curriculum as a place of disputed legitimacy for the expression of the knowledge of different cultures.

Objectives
Results
Conclusion
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call