Abstract

O presente trabalho teve por objetivo o levantamento etnobotânico sobre o conhecimento e uso de plantas medicinais em duas comunidades rurais (Marambaia e Camboinha), localizadas em uma Área de Proteção Ambiental, na Mata Atlântica do Sul da Bahia, Brasil. Estas comunidades têm usado plantas medicinais como uma importante atividade terapêutica, a qual permite a auto-suficiência da população rural em relação aos cuidados com a saúde. Os dados foram coletados através de entrevistas com 26 famílias (24% do número total). As plantas medicinais coletadas (98 espécies) foram catalogadas, identificadas e depositadas no Herbário Rio Clarense (HRCB). Elas pertencem a 40 famílias, dentre as quais Lamiaceae foi a mais citada. A maioria destas espécies (78%) é cultivada, comumente nos quintais, pelos moradores locais. A folha é a parte da planta mais usada nos preparos medicinais. As espécies com maior número de citações são Chenopodium ambrosioides L. (mastruz) e Lippia alba (Mill) N.E. Br. (erva-cidreira), também associadas ao maior número de usos terapêuticos. Comparam-se no presente trabalho os índices de concordância de uso e de diversidade obtidos com os de outros estudos realizados em Florestas Tropicais no Brasil.

Highlights

  • ABSTRACT – (Folk knowledge about medicinal plants within rural communities in Atlantic Forest, Itacaré, Bahia State, Brazil)

  • A renda familiar mensal chega no máximo a 200 reais (73% dos entrevistados), e em 27% dos domicílios moram mais que seis pessoas

  • A folha é a parte do vegetal significantemente mais utilizada na medicina caseira local (73% dos casos), para o tratamento de todas as doenças citadas, seguida por raízes (6,8%), flores (3,5%), planta inteira (2,9%), frutos (2,8%), bulbo (1,9%), sementes (1,6%), cascas (1,5%), folhas sem nervura central (1%) e outros

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Summary

Material e métodos

A área de estudo localiza-se ao Norte da costa do Cacau (Sul da Bahia) e pertence à Área de Proteção Ambiental (APA) Itacaré/Serra Grande (Fig. 1). A coleta de informações deu-se por meio de entrevistas não estruturadas, semi-estruturadas e estruturadas (Bernard 1988; Martin 1995), para levantamento de dados: a) sócio-econômicos dos informantes; b) etnobotânicos (nome popular, partes usadas, formas de preparo, dosagens, aplicação, fins terapêuticos, restrições); c) grau de importância (preferência) e/ou necessidade do uso da medicina popular em relação à medicina convencional; d) participação do informante nos projetos monitorados pelo IESB e sua percepção em relação à conservação da biodiversidade local e às mudanças advindas com a implantação da APA Itacaré/ Serra Grande. A porcentagem de concordância quanto aos usos principais para cada espécie (CUP) mostra a importância relativa das plantas utilizadas nestas comunidades quanto ao número de informantes que as citaram e à concordância dos usos citados (aqui foram consideradas as espécies citadas por cinco ou mais informantes). Os dados obtidos a partir das entrevistas abertas foram submetidos a análises qualitativas

Resultados e discussão
Nome científico
Nome popular
Asteraceae Lamiaceae
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo
FC CUPc
Número de citações
Findings
Referências bibliográficas
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Paper version not known

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