Abstract

Esse artigo reflete sobre as diferenças existentes entre os conceitos de favelas e comunidades, geralmente tratados como sinônimos, e analisa as implicações dessa diferenciação para as intervenções psicossociais em comunidades. Para tanto, faz-se uma revisão do conceito de comunidade no âmbito da psicologia comunitária e discute-se esse construto a partir da teoria lacaniana dos quatro discursos. Objetiva-se analisar as conseqüências dos profissionais que atuam em comunidades posicionarem-se como "agentes" de cada modalidade discursiva, tomando a comunidade como o "outro" a quem se dirige. Além disso, propõe-se o Discurso do Analista como aquele que possibilita a constituição do campo da política.

Highlights

  • This article reflects on the differences amongst the concepts of favela and communities and examines the implications of this differentiation for psychosocial interventions in communities

  • Para falar da lógica do desejo na psicanálise e tecer algumas considerações sobre como esta interfere na configuração das relações sociais no âmbito do contexto atual, vamos recorrer àquele que foi uma das fontes de inspiração de Lacan para propor a sua lógica dos quatro discursos – os quais representam, em psicanálise, as quatro possibilidades de laço social: o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel

  • Assim, na direção oposta à da alienação (do sujeito ao Outro, do escravo ao senhor, da Histérica ao Mestre etc.), engendrando algo que pode ser lido mais como da ordem de uma “separação”: uma separação que, apesar de não negar um grau de alienação constituinte do humano, pretende ir além dela e, por isso, sair da lógica dual e do ciclo das repetições que esta implica

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Summary

A comunidade como um momento político

A fim de iniciar uma discussão aprofundada sobre os sentidos atribuídos aos termos “favelas” e “comunidades” na sociedade brasileira, consideramos necessário, inicialmente, recorrer ao “Dicionário de Língua Portuguesa” no intuito de retomarmos a definição formal a eles conferida. As pessoas que vivem em “comunidades carentes” possuem seus próprios construtos, tais como: músicas (hip-hop, samba etc.), danças (street dance, brake, samba, congada etc.), crenças (ajuda mútua, Deus comum etc.) e saberes populares a respeito de saúde, educação e política que ajudam a constituir uma “cultura da comunidade”, a qual, por sua vez, contribui para o enfrentamento da pobreza e da violência. Consideramos que cabe à psicologia comunitária articular-se com outros campos de saber – tal como a psicanálise, conforme será articulado adiante – a fim de trabalhar para que essa naturalização existente na sociedade brasileira seja modificada e, assim, as pessoas passem a perceber as especificidades que fazem de uma “comunidade” uma “comunidade” e não uma “favela”

Psicologia e capitalismo: uma boa parceria
O desejo na psicanálise: a superação da lógica da alienação
O campo da política: uma possibilidade de saída da lógica dual
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