Abstract

Cada vez mais a globalização leva as empresas a se comunicarem com culturas diferentes das suas em operações interdependentes. Desta forma, torna-se importante detectar e analisar questões a serem compreendidas pelas organizações na sua comunicação com outras culturas; mais especificamente, aspectos que podem resultar em uma interpretação equivocada das mensagens enviadas de uma cultura para a outra. Para compreender melhor essa questão, foram analisadas as duas atividades simbólicas destacadas por Porter e Samovar (1995) no processo de comunicação verbal - o uso de linguagem e a atividade interna de pensar - à luz das dimensões culturais propostas por Hofstede (1980), Trompenaars (1995) e Hall (1984). Foi realizada uma pesquisa de campo qualitativa de caráter descritivo por meio de entrevistas semiestruturadas na subsidiária localizada na cidade do Rio de Janeiro de uma empresa transnacional de origem norte-americana que atua no setor de telecomunicações. Durante as entrevistas com o diretor e dois gerentes, foram enfatizados alguns pontos negativos na interação entre as duas culturas, mas também foi apontada a possibilidade de captar sinergias da diversidade cultural, como sugerem os bons resultados do estilo relacional dos brasileiros com os clientes e o efeito motivador, nos brasileiros, do tratamento mais igualitário adotado pelos chefes americanos.

Highlights

  • Globalization forces organizations to communicate with different cultures in their interdependent operations

  • Optou-se pela análise do processo de comunicação dentro da subsidiária brasileira de uma empresa transnacional de origem americana que atua no setor de telecomunicações

  • Em razão das diferentes concepções do tempo descritas nas duas culturas, é provável que, no processo de comunicação verbal, os norte-americanos sintam-se desconfortáveis e atordoados com a maneira como os brasileiros desrespeitam a agenda

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Summary

Ana Carolina Pimentel Duarte da Fonseca

Cada vez mais a globalização leva as empresas a se espalharem por diversas regiões, buscando aproveitar as localizações ótimas para executarem atividades ao longo de suas cadeias de valor. De acordo com Schall (1983), organizações vistas como cultura têm sido consideradas um fenômeno de comunicação, ou seja, entidades desenvolvidas e mantidas apenas por meio de contínua atividade de comunicação, trocas e interpretações entre seus participantes. As culturas organizacionais também sofrem influência das culturas nacionais, como retratam as diferenças encontradas nos estilos de comunicação e na forma de comunicação com os empregados em empresas multinacionais e transnacionais europeias analisadas por Fourboul e Bournois (1999). Os significados são impostos pela língua, que, de acordo com Hoijer (1994), é uma maneira de dirigir as percepções das pessoas e lhes proporcionar formas habituais de analisar a experiência por meio de categorias significativas. A língua torna-se uma barreira por si só dentro da comunicação entre culturas, sendo os significados muitas vezes alterados nos processos de tradução e versão (PORTER e SAMOVAR, 1995). O hemisfério esquerdo do cérebro tem sido associado a análise sistemática, abstração, relações lineares e atribuições de causa e efeito; o hemisfério direito estaria relacionado com a intuição, a síntese e a captação dos aspectos holísticos e concretos do problema

Os instrumentos para analisar diferenças culturais
Impactos possíveis das diferenças culturais na comunicação verbal
Os resultados das entrevistas
Análise das entrevistas
Considerações Finais
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