Abstract

Este estudo teve como objetivos caracterizar florística e estruturalmente um trecho de Floresta Ombrófila Densa Submontana urbana e avaliar os fatores que contribuíram para a regeneração, a partir do último uso do solo para produção de banana, há 50 anos. Para a amostragem da área foram implantadas 25 parcelas de 100 m², totalizando 0,25 ha. O critério de inclusão adotado foi diâmetro à altura do peito (DAP) > 5 cm. Foram amostrados 311 indivíduos de 92 espécies, 67 gêneros e 31 famílias. A área basal total foi de 34,18 m²/ha, enquanto a densidade, de 1.244 ind./ha. As espécies mais importantes na comunidade, representando 42% do valor de importância (VI) da área, foram: Aiouea saligna Meisn., Tachigali paratyensis (Vell.) H.C. Lima, Ficus insipida Willd., Bathysa gymonocarpa K. Schum, Chrysophyllum flexuosum Mart., Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr., Piper rivinoides Kunth., Hyeronima alchorneoides Allemão, Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin e Guarea guidonia (L.) Sleumer. O elevado valor do Índice de diversidade de Shannon (H'= 4,13 nats/ind.), bem como o de equabilidade (J = 0,91), compara-se aos valores referenciados para florestas conservadas e inventariadas no Sudeste brasileiro. A floresta amostrada encontra-se em processo de regeneração e representa um estágio intermediário de sucessão. O cultivo da banana, após seu abandono, permitiu a entrada de espécies com estratégias de estabelecimento e propagação em condições de pouca luminosidade. A presença de uma árvore remanescente, do gênero Ficus, está relacionada a uma crença popular que acabou influenciando a estrutura da vegetação. Dessa forma, as espécies amostradas neste estudo refletiram o uso do solo passado e a cultura local.

Highlights

  • The objective of this study was to determine the structure and composition of an Atlantic Rain Forest tract with a land use history of banana plantation 50 year ago and evaluate the factors that influence its regeneration

  • Entre aquelas com maior valor de importância (VI), destacam-se: Aiouea saligna, Tachigali paratyensis, Ficus insipida, Bathysa gymnocarpa, Chrysophyllum flexuosum, Piptadenia gonoacantha, Piper rivinoides, Hyeronima alchorneoides, Miconia cinnamomifolia e Guarea guidonia, as quais perfizeram 41,87% do total de VI do trecho amostrado

  • Revista Brasileira de Biologia, v.59, n.2, p.239-250, 1999

Read more

Summary

INTRODUÇÃO

As florestas secundárias vêm ocupando cada vez mais espaço na literatura científica, e sua compreensão tem subsidiado estudos relativos à recuperação de áreas alteradas. A despeito de sua importância para a conservação, bem como para a restauração de áreas degradadas, a definição do que realmente seja uma floresta secundária é matéria controversa. Destaca-se que florestas secundárias continuam a fornecer atributos para a restauração da qualidade do solo e da água, conservando componentes abióticos imprescindíveis à recuperação da paisagem (BROWN; LUGO, 1990). No Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Ombrófila Densa encontrava-se em maior proporção concentrada nas serras do Mar e da Mantiqueira, estando reduzida a 17% de seu território, dos quais apenas 30% circunscritos em unidades de conservação (SOS MATA ATLÂNTICA, 2002). Para que essa potencialidade possa ser adequadamente compreendida, são necessárias ações voltadas ao resgate histórico do uso do solo, ao conhecimento do processo de sucessão que se estabeleceu após sua exploração, ao monitoramento desses processos e à recuperação dos atributos florísticos e funcionais da floresta. Teve-se o intuito de compreender como a história de uso do solo pode ter influenciado a dinâmica sucessional da floresta

Caracterização da área de estudo
Procedimentos metodológicos
RESULTADOS
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call