Abstract

A revegetação com espécies arbóreas é uma estratégia adequada, quando se pretende a reabilitação de terras degradadas. Entretanto, o estabelecimento e o crescimento destas em solos pobres em nutrientes dependem de diversos fatores como a capacidade de formar e beneficiar-se das micorrizas. No presente estudo, realizado em casa de vegetação na Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais- Brasil, avaliaram-se aspectos da relação fungos micorrízicos arbusculares e espécies arbóreas do sudeste brasileiro. Os fungos estudados foram: Scutellospora pellucida, Acaulospora scrobiculata, Entrophospora colombiana, Gigaspora gigantea, Gigaspora margarita, Glomus etunicatum, Scutellospora gregaria, Glomus clarum e isolados oriundos de agrossistemas e de mata, os quais foram inoculados em dezesseis espécies vegetais: Luehea grandiflora, Cecropia pachystachya, Schinus terebinthifolius, Machaerium nyctitans, Senna macranthera, Senna spectabilis, Solanum granuloso-leprosum, Caesalpinea ferrea, Tabebuia serratifolia, Maclura tinctoria, Guazuma ulmifolia, Acacia polyphylla, Mimosa caesalpiniaefolia, Enterolobium contortisiliquum, Trema micrantha e Cedrela fissilis. Estas espécies apresentaram comportamento diferenciado em relação à susceptibilidade aos fungos e às respostas em crescimento decorrentes da inoculação. A amplitude de eficiência simbiótica dos fungos variou muito, sendo o Gl. clarum, E. colombiana, S. pellucida e Gl. etunicatum os fungos de maior amplitude, beneficiando mais de 80 % das espécies vegetais estudadas, e a A. scrobiculata a espécie de comportamento mais restrito em relação aos hospedeiros. A análise da compatibilidade fungo-hospedeiro e o comportamento geral das espécies em associação indicam a ocorrência de seletividade diferenciada na relação fungo-hospedeiro, existindo combinações de eficiência simbiótica muito variável para as plantas hospedeiras. A importância destes resultados para a revegetação de áreas degradadas é discutida.

Highlights

  • Em cerca de 60 % dos tratamentos, que aumentaram os teores de Zn na parte aérea, também houve aumento da matéria seca da planta, em relação ao controle não inoculado

  • Os resultados do comportamento das diferentes combinações fungo-hospedeiro indicaram a existência de certa seletividade entre estes organismos, havendo relações preferenciais ou discriminatórias em certas combinações

  • A amplitude de eficiência simbiótica dos fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) torna-se importante fator para a revegetação, considerando que os fungos capazes de colonizar, de modo eficiente, maior número de hospedeiros desempenharão melhor papel reabilitador

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi desenvolvido em casa de vegetação, no Departamento de Ciência do Solo-DCS da Universidade Federal de Lavras (UFLA), constando da avaliação de 16 espécies vegetais, avaliadas individualmente em resposta a 11 tratamentos de inoculação, com seis repetições. Os 11 tratamentos de inoculação estudados constaram de oito tratamentos com espécies de FMAs inoculados individualmente, sendo três isolados oriundos de agrossistema de cafeeiro: Acaulospora scrobiculata Trappe, Gigaspora gigantea & Schenck) Walker & Sanders e um isolado oriundo de agrossistema de milho: Gigaspora margarita Becker & Hall e dois tratamentos inoculados com populações nativas de FMAs: um oriundo de agrossistema de culturas anuais do campus da UFLA e o outro de população oriunda de uma reserva florestal também do campus da UFLA. Com exceção dos FMAs dos tratamentos agrossistema e floresta nativa, que foram coletados diretamente do solo do campo antes da aplicação, os demais fungos foram multiplicados em vaso de cultivo, utilizando, como substrato, uma mistura de solo:areia, na proporção 3:1 (v/v), empregando a Brachiaria decumbens Stapf. Todos os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de médias, utilizando-se o sistema de análise estatística denominado SAEG

Colonização micorrízica
Produção de matéria seca
Gc Ec Sp Ge Gm Agr Flo Gg Sg As
Gl clarum
Nutrientes na matéria seca da parte aérea das plantas
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Findings
LITERATURA CITADA
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