Abstract

No cenário das discussões sobre a hegemonia do conhecimento, surge um olhar diverso que busca mostrar a pluralidade dos saberes e a necessidade da partilha. No âmbito do desenvolvimento e disseminação deste conhecimento, prerrogativa de instituições de ensino superior (IES), as bibliotecas se caracterizam como um canal de acesso. Considera-se nesta pesquisa o conhecimento como um bem comum, conforme proposta de Charlotte Hess e Elinor Ostrom. Commons de conhecimento, sendo um recurso compartilhado por um grupo de pessoas e submetido a regras de auto governança. Assim o presente artigo tem por objetivo identificar a biblioteca universitária enquanto um commons de conhecimento. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas com bibliotecários de uma biblioteca pública e uma privada. Os resultados indicam que o acervo digital da biblioteca pública se enquadra nos princípios de governança de commons de conhecimento, no que se refere as regras de governança, assim como a biblioteca da privada. Por outro lado, a disponibilização do acervo nos espaços físicos nas bibliotecas sob avaliação, não satisfazem todos os requisitos, não sendo, assim, possível classificar as bibliotecas universitárias analisadas na presente pesquisa como commons de conhecimento.

Highlights

  • In the context of the discussions on the hegemony of knowledge, a diverse view emerges aiming to show the plurality of knowledge and the necessity of sharing

  • In the scope of the development and dissemination of knowledge, prerogative of higher education institutions, libraries are characterized as a channel of access

  • Knowledge is considered in this research as a Commons, as proposed by Charlotte Hess and Elinor Ostrom

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Summary

INTRODUÇÃO

O conhecimento é um bem valioso para a sociedade e, ainda que modernamente se tente inseri-lo em um contexto puramente mercadológico, é muito mais do que isso, seu valor ultrapassa os limites das questões econômicas, pois não é fungível, objetivável, material ou estocável (MACHADO, 2015). Esse valor imensurável reconhecido no conhecimento e sua profunda inter-relação com a sociedade e tudo que dela advém (educação, cultura, história, produção, ciências), sinaliza o seu potencial de bem-comum, potencializando, assim, a necessidade de estudos e debates acerca das formas de governança sobre o acesso ao conhecimento desenvolvido. Foge-se então à ideia do commons como bens de produção ou da natureza ou como serviço, definindo-o como construções relacionais com o bem ou recurso, em que não se define o seu valor, mas a forma como o mesmo é gerido, no contexto do compartilhamento (DARDOT; LAVAL, 2014). Et al (2014) apresentam um aspecto da biblioteca pública que associa o espaço público a construção de uma sociabilidade nos moldes da “sociedade em rede” de Castells (2005), na qual as pessoas são, ao mesmo tempo, usuários e coautores do conhecimento na medida de suas escolhas de busca e compartilhamento dos elementos. No pensamento de Bhatnagar (2017), a importância que a biblioteca universitária física tem, supera a busca pelo estudo à distância, e a intenção em contemplar estudantes externos com esse benefício deve ser atitude constante, principalmente porque, segundo Bundy (2002), os serviços oferecidos nesse ambiente primam pela equidade

METODOLOGIA
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
CONCLUSÃO
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