Abstract

Irrompendo na Europa num século considerado revolucionário do ponto de vista da ciência e das conquistas médicas, mas, também, no ambiente competitivo da expansão industrial, comercial e colonial, as pandemias de cólera foram, além de um problema de saúde pública, focos de tensão internacional e de conflitualidade doméstica, quer em termos políticos, quer sociais e até profissionais. Apesar do crescente interesse dos investigadores portugueses pelo estudo das epidemias, ainda existem muitas fontes primárias praticamente inexploradas e um vasto campo de possibilidades para aprofundar o conhecimento disponível. É o caso do papel desempenhado pelos lazaretos terrestres durante a crise de 1884-1886, assunto tratado neste texto. Tem como objetivo principal iluminar as circunstâncias que levaram um dos governos portugueses mais progressistas do século XIX a combater as ameaças epidémicas mediante medidas quarentenárias tradicionais, já há muito sob forte contestação, interna e externa.

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