Abstract
Com a crescente demanda por recursos naturais que acompanha o crescimento populacional, o esforço para se oferecer água suficiente para a agricultura provoca pressões sobre o meio ambiente. Interesses conflitantes entre o uso da água e a proteção de mananciais estratégicos em áreas de proteção ambiental reforçam a necessidade da adequação e ordenamento do território visando o manejo sustentável dos recursos hídricos. O objetivo deste trabalho foi mapear o uso da terra em área de afloramento do Sistema Aquífero Guarani (SAG) e gerar informações para discutir ações para um melhor planejamento do uso da terra pela agricultura para conservação dos recursos hídricos subterrâneos em áreas de produção. A área de estudo foi a Bacia do Ribeirão do Jacú, localizada no município de Tejupá – SP, uma área representativa de afloramento do SAG e inserida no perímetro Tejupá da Área de Proteção Ambiental Corumbataí-Botucatu-Tejupá, região considerada altamente vulnerável. Com a classificação supervisionada do uso da terra em um Sistema de Informações Geográficas, pode-se identificar e quantificar as principais atividades desenvolvidas e os conflitos de uso da terra na bacia entre os anos de 2002 e 2011. Os resultados demonstram a apropriação de sistemas agrícolas e pecuária em Área de Preservação Permanente e avanço da agricultura irrigada, apontando tendência de intensificação da produção local. Essas informações contribuem para auxiliar futuras etapas de planejamento ambiental por gestores ambientais, visando a recuperação e preservação de zonas de afloramento e recarga do aquífero.
Highlights
A partir dos resultados exibidos na Tabela 3 pode-se observar que no ano de 2002 as classes mais representativas da bacia foram consideradas as de atividades antrópicas, sendo a de maior área a classe de pastagem, ocupando 28,89% (1.065,60 ha) da área total da bacia, seguida pela cultura temporária com 27,45% (1.012,59 ha) e cultura permanente com 21,06% (776,97 ha)
Mesmo apresentando variações de área das classes corpo d’água (-12,43%) e área construída (+8,89%), quando comparadas suas ocorrências na bacia nos anos de 2002 e 2011, essas variações não apresentam como relevantes na dinâmica do uso da terra no período estudado
Proteção e recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do Estado de São Paulo
Summary
A área de estudo compreende a Bacia do Ribeirão do Jacú, afluente à margem esquerda do Rio Paranapanema à jusante da Represa Jurumirim. Considerando que esta região é de grande potencial agrícola - incluindo culturas irrigadas como milho, soja e café - que demandam diversas aplicações anuais de agrotóxicos, são necessárias medidas conservacionistas que associem a produção local com boas práticas de uso e manejo da terra, recuperação de áreas sensíveis e proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, principalmente em áreas de vulnerabilidade do SAG. Para a Bacia do Ribeirão do Jacú, foram definidas nove classes de classificação com base no Manual Técnico do Uso da Terra (IBGE, 2013): Corpo d’água, Mata, Reflorestamento, Pastagem, Cultura permanente, Cultura temporária, Cultura irrigada, Erosão e Área construída. Toda a Bacia do Ribeirão do Jacú foi revisada e, quando necessário, foram feitas correções na classificação das diferentes classes, principalmente em suas bordas. Por não ocorrer um levantamento histórico de ocupação e desenvolvimento de cada propriedade rural da bacia, não foi considerada uma menor área de preservação às áreas ditas como consolidadas
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