Abstract

Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento da resistência à compressão, ao longo do tempo, em amostras de argamassas à base de cinzas volantes álcali-ativadas. Como ativador alcalino foi utilizada uma solução combinada de NaOH e Ca(OH)2. A cura das amostras foi realizada de duas formas distintas. Na primeira, as amostras foram mantidas em estufa à 70°C/12 h e à temperatura constante de 22°C em sala climatizada até a idade de ensaio. Apesar de serem obtidas resistências da ordem de 20 MPa nas primeiras 24 h, houve decréscimo da resistência a partir da idade de 7 dias. Verificado esse comportamento, um segundo método de cura foi adotado. Para isso, o traço utilizado para o preparo de novas argamassas foi o mesmo adotado no método anterior. Porém, foram submetidas à temperatura constante de 70°C até a idade de ensaio. Nesse caso, as amostras apresentaram decréscimo mais acentuado da resistência em menor espaço de tempo, quando comparado às amostras curadas no primeiro método. Como estudos complementares foram realizadas análises microestruturais da CV antes e depois da álcali-ativação, utilizando o MEV/EDS. Nas imagens microestruturais foi possível identificar três morfologias distintas nas pastas álcali-ativadas: uma composta de regiões com aspecto denso; outra apresentando partículas de cinzas volantes parcialmente solubilizadas; e outra mostrando a formação de produtos em forma de cristais aciculares. Porém, apenas o uso do MEV/EDS não foi suficiente para que se pudesse entender o mecanismo de reação deletéria provocada entre os ativadores alcalinos e a cinza volante. Portanto, trabalhos futuros deverão contemplar o uso de ferramentas auxiliares às adotadas nesse trabalho com o objetivo de esclarecer tal mecanismo deletério.

Highlights

  • As cinzas volantes (CV) são subprodutos obtidos na geração de energia elétrica, a partir do carvão mineral, em usinas termelétricas

  • Um estudo complementar mostrou que pastas à base de cinzas volantes álcali-ativadas (CVAA), preparadas com as mesmas relações molares mostradas na Tabela 2, apresentaram decréscimo na resistência à compressão semelhante ao verificado nas argamassas álcali-ativadas [12]

  • Trabalhos futuros contemplarão o uso do difratômetro de raios X com o objetivo de ser realizada a caracterização mineralógica de amostras álcali-ativadas, sendo possível, desta forma, a identificação de fases cristalinas que venham a ser formadas nessas matrizes

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Summary

INTRODUÇÃO

As cinzas volantes (CV) são subprodutos obtidos na geração de energia elétrica, a partir do carvão mineral, em usinas termelétricas. Como possível solução para as CV excedentes das termelétricas, se tem os cimentos álcali-ativados. VAN JAARSVELD et al [2] complementam que para ocorrer a polimerização do material precursor é necessário um meio fortemente alcalino para ser possível dissolver certa quantidade de sílica e alumina, assim como hidrolisar a superfície das partículas das matérias-primas. PALOMO et al [1] complementam que as duas principais diferenças caracterizadas por ambos modelos de álcali-ativação seriam: Composição do material a ser álcali-ativado: essencialmente, Si e Ca no primeiro caso, enquanto Si e Al dominantes no segundo; Concentração do ativador: baixo ou moderado para o primeiro modelo e alto para o segundo. Resistências à compressão da ordem 40 MPa foram obtidas em pastas à base de cinzas volantes álcali-ativadas (CVAA) em apenas 2 h, bastando para isso cura térmica à 85°C [1]. Como estudos complementares foram realizadas análises microestruturais da CV antes e depois da álcali-ativação, utilizando o microscópio eletrônico de varredura (MEV), com imagens de elétrons secundários, acoplado com microssonda eletrônica (EDS)

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Metodologia
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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