Abstract

Embora não seja admitido por professores e estudantes, existe um conflito silencioso e um debate silenciado quando do encontro das convicções e cosmovisões religiosas com as concepções científicas. Alguns professores de Ciências experimentam esse conflito quando, assumindo o compromisso com a profissão, no ato mesmo de ensinar, ao mesmo tempo, precisam manter a coerência com suas crenças religiosas. Este artigo é o resultado de uma investigação em que se procurou identificar as concepções de professores universitários de ciências (Física, Química e Biologia), sobre as possibilidades e limitações do diálogo entre ciência e religião no contexto da sala de aula de ciências. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa e, a partir de uma entrevista semiestruturada e da seleção do conteúdo, uma discussão em torno das falas dos entrevistados. Como resultado, pudemos observar diferentes atitudes dos professores com relação ao tema. Essas atitudes variaram entre posições extremamente opostas quanto à possibilidade de diálogo entre as duas visões, até aquelas mais ponderadas onde se admite a possibilidade do diálogo, ou até mesmo sua necessidade para que se promova o respeito entre as diferentes construções culturais. Apesar de, em sua maioria, os professores professarem alguma fé, o debate acerca das relações entre essas concepções ainda é silenciado, e entendemos que a quebra desse silêncio seja importante para promover a discussão de como as diversas concepções religiosas podem influenciar nas visões de mundo dos professores e dos estudantes, tendo em vista que o conhecimento científico precisa levar em consideração as outras manifestações culturais.

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