Abstract

O presente trabalho teve como objetivo comparar os ciclos de vida entre amostras de populações de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) coletadas em dez municípios localizados no semiárido paraibano. Os ciclos de vida foram estudados a uma temperatura de 26 ± 2ºC, umidade relativa de 60 ± 10% e fotofase de 12 horas. Diariamente foram avaliados os períodos de desenvolvimentos e as viabilidades das fases de ovo, larva e pupa, bem como a razão sexual, longevidade, tamanho e fecundidade dos adultos. Foi realizada uma análise de agrupamento, utilizando-se uma matriz de distância euclidiana através do método da média não-ponderada. As durações e viabilidades para as fases de ovo, larva e pupa apresentaram respectivamente, uma variação média de 3,7 a 4,7 dias e 82,8% a 97,7%, 9,1 a 10,8 dias e 91,2% a 99,2% e de 2,1 a 2,5 dias e 93,5% a 98,4%. O comprimento alar foi de 5,13 a 5,34 mm para as fêmeas e de 4,18 a 4,25 mm para os machos. A menor fecundidade (153,6 ovos/fêmea) ocorreu na população de A. aegypti oriunda de Pedra Lavrada, enquanto que a maior fecundidade (310,6 ovos/fêmea) foi constatada para A. aegypti de Campina Grande. A análise de agrupamento com base na similaridade dos dados biológicos revelou a formação de dois grandes grupos distintos, onde as populações de A. aegypti de Serra Branca e Cuité apresentam maior similaridade entre si. As diferenças de ciclos biológicos verificadas entre as populações de A. aegypti demonstra a capacidade dessa espécie de sofrer variações na sua biologia e se adaptar às diferentes condições ambientais, favorecendo a permanência deste inseto nessas áreas com aumento do risco de transmissão do vírus da dengue.

Highlights

  • Tal similaridade não foi verificada por Beserra & Castro Jr. (2008) e Beserra et al (2009a,b), que demonstraram que o padrão de desenvolvimento para as fases de ovo, larva e pupa apresenta variações interpopulacionais de acordo com a região de origem do vetor

  • Influência do período de quiescência dos ovos sobre o ciclo de vida de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera, Culicidae) em condições de laboratório

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

As colônias das amostras das populações de Aedes aegypti e os bioensaios foram conduzidos no Laboratório de Entomologia do Núcleo de Sistemática e Bioecologia de Insetos da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, em sala de criação climatizada com temperatura de 26 ± 2°C, umidade relativa de 60 ± 10% e fotofase de 12 horas. As amostras das populações foram obtidas a partir de ovos coletados em armadilhas de oviposição instaladas em municípios de duas mesorregiões da Paraíba, Agreste Paraibano e Mesorregião da Borborema. Os ovos foram coletados em um funil plástico revestido por um papel filtro dentro de um copo com água, que serviu de substrato para a oviposição (Beserra & Castro Jr., 2008; Beserra et al, 2009a,b). Registrandose o período de desenvolvimento e a mortalidade das fases de ovo, larva e pupa, a razão sexual, a longevidade, o número de ovos por fêmea e o tamanho dos adultos. Para a verificação do tamanho dos adultos, utilizouse como parâmetro a envergadura das asas, que foram mensuradas com ocular micrométrica acoplada ao microscópio estereoscópico; a medida foi tomada da álula até a extremidade da asa, desconsiderando-se a franja (Gama et al, 2005; Mohammed & Chadee, 2011). Com esses dados foi realizada uma análise de agrupamento (“Cluster analyses”), utilizandose uma matriz de distância euclidiana através do método da média não-ponderada, para se avaliar o grau de similaridade entre as populações estudadas (Beserra et al, 2003)

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Barra de Santana
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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