Abstract

Mecanismos de dispersão de diásporos e recrutamento de plântulas evitam a competição intra-específica e possibilitam a colonização de novos ambientes. Em áreas de transição entre florestas e vegetação campestre esses processos não são aleatórios, e sim associados muitas vezes a indivíduos lenhosos isolados em tais áreas de campo ou a formações arbustivas. No sul do Brasil, as Florestas com Araucária formam mosaicos com áreas campestres e observa-se o avanço da floresta sobre os campos. O estudo teve como objetivo avaliar a chuva de sementes de espécies lenhosas florestais associadas a áreas de ecótonos de Floresta com Araucária e campos e a indivíduos lenhosos isolados na matriz campestre. Os estudos foram realizados no Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata PUCRS, em São Francisco de Paula, RS, em vegetação campestre excluída de fogo e de pastejo há 16 anos, circundada por florestas. A chuva de sementes foi avaliada mensalmente por um período de oito meses com o uso de coletores que foram posicionados em ecótonos de floresta e campos com diferentes fisionomias e sob indivíduos lenhosos isolados na matriz campestre. Tais ambientes foram comparados através de análise de variância univariada e multivariada para verificar padrões de chuva de sementes. Os resultados indicaram que a dispersão de sementes em áreas campestres ocorre preferencialmente associada a indivíduos isolados de Araucaria angustifolia e a formações arbustivas de Baccharis uncinella e que tais ambientes funcionariam como extensões de condições mais semelhantes à floresta na matriz campestre.

Highlights

  • Estas estruturas de vegetação diferenciadas em áreas abertas parecem essenciais à atração de animais dispersores de espécies florestais e ao conseqüente processo de colonização, uma vez que estudos sobre padrões de distribuição de plântulas em áreas campestres sugerem que a dispersão zoocórica é de suma importância em áreas de expansão florestal na região (Duarte et al 2006a, Duarte et al 2006b, Fontoura et al 2006; Zanini et al 2006; Dos Santos & Pillar 2007), assim como em outras regiões tropicais, já que a maioria das espécies arbóreas tropicais e subtropicais apresenta propágulos adaptados à dispersão por animais

  • A avaliação desses processos, além de fornecer informações importantes para a compreensão da dinâmica natural de expansão florestal sobre campos, bem como à regeneração de florestas, tem implicações à conservação das formações campestres, uma vez que estas tendem a se modificar ao longo do tempo

  • São quantificadas a abundância de diásporos de espécies arbóreas florestais dispersados em áreas de transição floresta-campo e sob indivíduos de B. uncinella e de A. angustifolia isolados na matriz campestre, com vistas a inferir relações entre dispersão de diásporos e a dinâmica de expansão da floresta sobre os campos

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Summary

Introduction

Estruturas proeminentes em áreas de campo como árvores isoladas, árvores mortas ainda em pé (Guevara et al 1992; Peterson & Haines 2000; Válio & Scarpa 2001; Shiels & Walker 2003; Clark et al 2004; Gómes-Aparicio 2005) e até mesmo estruturas verticais artificiais (Holl 1998; Zanini & Ganade 2005; Dos Santos & Pillar 2007) mostram-se relevantes à atração de dipersores e ao incremento na chuva de sementes de espécies zoocóricas, facilitando os processos de sucessão florestal.

Objectives
Results
Conclusion
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