Abstract

O ceticismo antigo se concebia como um modo de vida. Para acadêmicos e pirrônicos, a suspensão do juízo era o único caminho para a felicidade e a sabedoria. Na Antiguidade, essa filosofia recebeu inúmeras críticas, como o argumento da apraxia, mas talvez a principal delas (e a mais influente na Modernidade) tenha sido a de Agostinho, que buscou reformular o conceito de sabedoria. Para Agostinho, a sabedoria não pode ser definida como mera abstenção do erro e a felicidade não é concebível sem a presença daquilo que se deseja. De Cícero e Sexto Empírico a Agostinho, portanto, há uma transformação muito relevante na maneira de se avaliar a relação entre a verdade e o bem viver, que, quando compreendida, permite que se perceba com mais clareza as diferenças entre autores modernos como, por exemplo, Montaigne e Pascal.

Highlights

  • Ancient Skepticism is a way of life

  • Both Academics and Pyrrhonians think that suspension of judgement is the only way to happiness and wisdom

  • According to Augustine, wisdom should not be defined as mere abstention from error, and happiness is not conceivable if one does not attain what one desires

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Summary

Introduction

Mais do que compreender a resposta de Carnéades à objeção da apraxia, é importante perceber que, justamente por terem de explicar a possibilidade de se viver em suspensão do juízo, os acadêmicos realizaram não somente a defesa de uma corrente filosófica, mas de um modo de vida.

Results
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