Abstract
Celso Furtado (1920-2004) é um dos economistas e cientistas sociais latino-americanos mais influentes de todo o século XX. Já há algum tempo passou à categoria de clássico, sendo considerado um autor indispensável para compreender o Brasil e para pensar a problemática do desenvolvimento-subdesenvolvimento. Sua vasta e profícua obra, forjada ao longo de seis décadas, compreende quase quatro dezenas de livros, mais de uma centena de ensaios e artigos acadêmicos, além de folhetos, prefácios, apresentações, resenhas, entrevistas, conferências, relatórios e planos. Assim, no momento em que se comemora o centenário do nascimento deste economista político brasileiro, faz-se necessário retomar e refletir sua trajetória intelectual e política, reunindo os elementos que permitem retratá-lo como teórico independente, intelectual reformista e homem público voltado à ação e a serviço da nação. Este é exatamente o propósito deste artigo. Para alcançá-lo, recorreu-se às memórias intelectuais do autor, às entrevistas que ele concedeu a várias personalidades e aos trabalhos de inúmeros intérpretes que escreveram sobre a vida e a obra de Celso Furtado. A pesquisa permitiu concluir que a trajetória intelectual de Celso Furtado traduz o sentido que ele sempre atribuiu ao exercício da atividade intelectual, a saber, uma luta frequente em prol da (re)construção social e econômica da nação.
Highlights
he has been in the classic category
as we celebrate the hundredth anniversary of the birth of this Brazilian political economist
us to portray him as an independent theorist
Summary
Intelectuais, que lidamos com ideias, não desconhecemos a importância da ação. Não fui outra coisa na vida senão um intelectual, mas sempre consciente de que os problemas maiores da sociedade exigem um compromisso com a ação. [...]. Responsáveis por emoldurar seu comportamento na ação, manifestaram-se sob a forma de três ideias-força, a saber: i) poder, arbitrariedade e violência tendem a dominar no mundo dos homens; ii) a luta pela transformação desse “estado de coisas” requer algo mais que simples esquemas racionais; e iii) “[...] essa luta é como um rio que passa: traz sempre águas novas, ninguém a ganha propriamente e nenhuma derrota é definitiva.” Essa ideia de que a economia capitalista não poderia operar sem um certo grau de centralização de decisões, ou seja, sem uma estrutura superior de poder (todo capitalismo é em certo grau um capitalismo de Estado), derivei-a da leitura de Keynes.
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