Abstract

Mesmo sendo um dos poetas mais expressivos da geração de 1870, Carvalho Júnior prossegue numa espécie de ostracismo em nossas letras. Pelos versos demasiado lascivos e picantes para o gosto de sua época, o poeta acabou sendo relegado para o segundo plano dos estudos literários, permanecendo como mera figura de transição entre Romantismo e Parnasianismo. Levando em conta que os tempos são outros e que o erotismo não é mais visto com maus olhos em literatura, o objetivo deste artigo é trazer e discutir algumas de suas produções poéticas, a fim de demonstrar suas qualidades, a despeito de qualquer visão moralizante de sua obra. Para tal, iniciamos traçando um breve panorama sobre quem foi Carvalho Júnior, o que e onde escreveu, bem como as principais influências de sua obra; seguimos com a apresentação de alguns elementos formais de Hespérides, segunda seção do livro Parisina (1879), para em seguida nos determos sobre o erotismo contido em seus versos; efetuamos uma relação entre o canibalismo amoroso de Carvalho Júnior e o da tradição literária do Brasil; e, por fim, nos questionamos sobre o seu lugar na história da poesia brasileira.

Highlights

  • Even though he is one of the most expressive poets of the 1870 generation, Carvalho Júnior continues forgotten in our literature

  • O jovem publicou poemas, folhetins e textos de crítica literária, os quais foram compilados, junto com um drama em três atos e algumas conferências, no livro Parisina (1879), organizado e publicado postumamente com a colaboração de Artur Barreiros e diversos outros amigos

  • Diferentemente de outros escritores “realistas” que pintavam os costumes de sua época para pregar uma moral e condenar os vícios, Carvalho Júnior parece descrever a alcova e as delícias da carne simplesmente pelo prazer de fazê-lo, a fim, diríamos, de épater le bourgeois, tendo-se em vista que seus dois poemas que versam sobre o adultério (“Febre cibária” e “Helena”) nada têm de moralizante

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Summary

Francisco Antônio de Carvalho Júnior

Nascido no dia 06 de maio de 1855, no Rio de Janeiro, Carvalho Júnior fez parte daquela “nova geração”, que Machado de Assis abordou em seu artigo. Sua formação acadêmica se iniciou em 1873, quando, então com dezoito anos, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Por motivos de saúde – o mesmo problema no coração que havia de levá-lo a óbito tão cedo –, transferiu-se para a Faculdade de Direito de Recife, onde cursou o terceiro e o quarto ano, retornando a São Paulo em 1877 para completar o curso. Durante sua estadia em Recife, publicou uma elogiosa crítica ao livro Ardentias (1875), de Castro Rebello Júnior, no jornal A Província (PE). O jovem publicou poemas, folhetins e textos de crítica literária, os quais foram compilados, junto com um drama em três atos e algumas conferências, no livro Parisina (1879), organizado e publicado postumamente com a colaboração de Artur Barreiros e diversos outros amigos

As influências
Que lugar ocupa Carvalho Júnior?
Referências bibliográficas
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