Abstract
A pesquisa de campo sobre produção da subjetividade enfrenta o problema de construir conhecimento envolvendo pesquisadores e pesquisados, com territórios e semióticas singulares. Surgem questões relativas ao protagonismo dos participantes e a como traçar com eles um plano comum, garantindo o caráter participativo da pesquisa. No contexto do método da cartografia, o artigo tem como objetivo tratar do tema do comum num duplo aspecto. Num primeiro, discute o acesso ao plano comum. Com base em Gilles Deleuze e Felix Guattari, tal plano não é dito homogêneo nem reúne atores que manteriam entre si relações de identidade, mas opera comunicação entre singularidades, sendo pré-individual e coletivo. Num segundo aspecto, aponta que, enquanto pesquisa-intervenção, a cartografia se compromete com a criação de um mundo comum e heterogêneo. O artigo mostra que o traçado do comum tem como diretriz metodológica a tranversalidade e examina os procedimentos de participação, inclusão e tradução.
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