Abstract

O objetivo deste artigo é analisar a organização do Carnaval do Recife como parte do processo de modernização da capital pernambucana (1930-1950). O controle aos populares durante o reinado de Momo torna-se intenso à medida que a cidade precisava mostra-se civilizada e com ordem. As elites procuraram interferir no cotidiano da classe operária, buscando neutralizar movimentos tanto políticos quanto de lazer e divertimentos. Desse modo, houve um incentivo à assimilações de práticas moralizantes, assim como também, uma tentativa de adestrar os dominados, para assim obter o controle nos seus momentos de não trabalho, procurando controlar os seus hábitos e diversões. A conquista das ruas pelo povo fez crescer a violência no reinado de Momo. Os anos de 1930 são marcados por uma forte competitividade e conflitos entre os clubes carnavalescos. E essa onda de violência tornou-se uma preocupação não só das autoridades políticas, mas também dos empresários da época. Diante da insegurança durante dias de festa, na década de 1930 foi criada a Federação Carnavalesca Pernambucana. De acordo com o Anuário do Carnaval pernambucano, os argumentos que justificavam a sua criação eram que a “alta sociedade” pernambucana estava interessada no progresso do Estado, e que se fazia necessário tornar o Recife uma cidade do turismo, do Carnaval e da ordem. Assim o artigo traz contribuições para o estudo do fenômeno da festa, no nosso caso, o Carnaval, e os desdobramentos, vozes e interesses que nele circulam. A pesquisa dialoga com historiadores da história social da cultura, como E. P. Thompson e Michel de Certeau, com o objetivo de entender as formas festivas da sociedade e principalmente o ser social que está inserido nas suas normas e estruturas.

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