Abstract

Este artigo tem por objetivo trazer reflexões sobre a formação de profissionais no campo da agroecologia para trabalhar nos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) com base em uma nova perspectiva sociotécnica. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo entre os anos de 2016 a 2018 junto a profissionais vinculados a instituições públicas e organizações sociais com atuação na prestação de serviços de ATER nos estados da Região Sudestes do Brasil (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo). Os autores recorrem a um debate sobre Extensão Rural e suas conexões com a transição para a agroecologia, como um de seus princípios fundamentais, incorporado à Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER), ainda que relativizado pela Lei 12.188/2010, que adotou o termo agricultura de base ecológica em substituição ao viés agroecológico. Os resultados alcançados através das diferentes estratégias de formação implementadas na região estudada são apresentados e discutidos em detalhe. No que tange à formação de agentes de Ater no âmbito da Agroecologia, observou-se que este referencial é tratado como uma abordagem científica, viva, interativa e interpelada, que busca reconhecer em seus protagonistas, sobretudo em agricultores familiares e suas organizações, um papel importante para o desenvolvimento rural do campo brasileiro.

Highlights

  • Resumen Este artículo tiene como objetivo traer reflexiones sobre la formación de profesionales en el campo de la agroecología para trabajar en los servicios de Asistencia Técnica y Extensión Rural (ATER) desde una nueva perspectiva sociotécnica

  • Documento contendo proposta político pedagógica de processos formativos: referencial com base no marco para formação inicial e continuada para agentes de ATER na perspectiva agroecológica - Contrato 2016/000223, Sudeste

  • Pesquisa e extensão para a agricultura familiar: no âmbito da política nacional de assistência técnica e extensão rural

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Summary

Introdução

Discutir Extensão Rural no Brasil dos últimos 20 anos nos leva a reflexões elaboradas por autores como Caporal & Ramos (2006), que classificam a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) como uma intervenção deliberada, de natureza pública ou privada, em um espaço rural, realizada por agentes externos ou por indivíduos do próprio meio, orientando a realização de mudanças no processo produtivo agrossilvipastoril, ou, em outros processos socioculturais e econômicos inerentes ao modo de vida da população rural implicada. No caso brasileiro a lei de ATER promulgada em 2010 é um marco na reinstituição de um sistema Nacional de Extensão Rural, como instrumento de política pública capaz de estimular, implantar e consolidar estratégias de desenvolvimento rural sustentável, tendo como foco de ação prioritária o fortalecimento da Agricultura Familiar e de suas organizações, através da provisão de apoio às organizações dos agricultores familiares para produção, processamento e comercialização; na perspectiva de sistemas de produção sustentáveis e disponibilizando informações e assistência técnica aos públicos especificados pela referida Lei. Estes foram alinhamentos considerados desde a concepção até à implementação da PNATER, sobretudo de 2004 a 2015, ou até a realização da 2a Conferência Nacional de ATER, em maio de 2016, quando o diálogo em torno dessa nova concepção de serviços de ATER abarcava às naturais divergências presentes em uma política com ampla coalizão de interesses, tendo por norte um conjunto de princípios e diretrizes que na essência apontavam para a gestão participativa e emancipatória dos agricultores assistidos; destacados os enfoques na organização da base produtiva, no reconhecimento das ofertas agroecológicas e nos coletivos de produção, como os principais recursos para a promoção do desenvolvimento sustentável. O presente artigo pretende compartilhar resultados, análises e questionamentos, de natureza pública, que emergiram da abordagem de experiências junto a organizações na região Sudeste do Brasil que receberam capacitações e incentivo a uma ATER voltada para a transição agroecológica

Metodologia
Resultados e discussão
Findings
Considerações Finais
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