Abstract

Neste artigo desejamos provocar e compartilhar reflexões sobre o conto “Isaltina Campo Belo”, de autoria de Conceição Evaristo, parte integrante do livro: Insubmissas lágrimas de mulheres. A narrativa escolhida explicita o percurso da personagem em busca de compreensão da sua própria existência. Ao longo do caminho, surgem dúvidas, dores, alegrias e (des)cobertas sobre a construção da identidade de gênero, lesboafetiva e lesboerótica da personagem. O texto foi escrito a partir de alguns encaminhamentos que envolvem: problematizar os silêncios impostos historicamente que são construídos repletos de preconceitos e discriminações sobre a sexualidade da mulher negra; propor a insubmissão e a insurgência como categorias existenciais e claves interpretativas para análise do corpus; buscar referenciais teóricos pertinentes para a compreensão do conto analisado dentro da possibilidade de análise interseccional de gênero e sexualidade, principalmente dialogando com a perspectiva da “epistemologia negra sapatão” de Tanya L. Saunders para o lesbotexto apresentado e de autoras(es) que desenvolvem a perspectiva de pensar a literatura negra epistemologicamente; mapear a jornada da personagem do conto refletindo sobre os seus processos de construção identitária.

Highlights

  • ISSNe 2175-7917 sexuality; propose insubmission and the insurgency as existential categories and interpretative keys for analysis of the corpus; to find relevant theoretical references for the understanding of the tale analyzed within the possibility of intersectional analysis of gender and sexuality, mainly in dialogue with Tanya L

  • Saunders’ “black lesbian epistemology” perspective for lesbian written presented and from who develop the perspective of thinking black literature epistemologically; mapping the journey of the character narrative by reflecting on its processes of identity issues

  • Lésbicas, ou não, quando elegem a lesbotextualidade e a lesboeroticidade como forma de escrita explicitam corpos e histórias tratados até então como abjetos (BUTLER, 2003) para cenários que as tratam com o devido respeito e dignidade merecidos, não mais um lugar de inferioridade e de repulsa

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Summary

Introduction

É desta autora, Carrascosa (2017) a noção de “gerenciamento bioafetivo político das subjetividades” e que é útil, também, para compreender o caminho percorrido por Campo Belo, rumo a ser o que se é, ou seja, uma mulher lésbica.

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