Abstract

Os resíduos de plantas de cobertura podem mobilizar cátions no solo e beneficiar a ação da calagem superficial, por meio da liberação de ácidos orgânicos de baixo peso molecular da fração solúvel dos resíduos. Entretanto, faltam estudos no campo que comprovem tais efeitos em sistema plantio direto. Para avaliar as alterações químicas do solo e a resposta do milho e da soja com a aplicação de doses de calcário dolomítico na superfície (0,0, 2,5, 5,0 e 7,5 t ha-1), na ausência e na presença de cobertura de aveia preta, foi realizado um experimento em um Latossolo Vermelho distrófico textura argilo-arenosa, há cinco anos no sistema plantio direto, em Ponta Grossa (PR). As doses de calcário foram aplicadas nas parcelas em novembro de 2000 e, nas subparcelas, foram realizados dois cultivos, sem e com aveia preta em 2001 e 2002, antecedendo as culturas de milho e soja. A massa de aveia preta produzida não foi influenciada pela aplicação de calcário, tendo-se obtido aproximadamente 4 t ha-1 de matéria seca de aveia, em 2001 e 2002. A calagem também não alterou a capacidade de neutralização do hidrogênio (482 mmol c kg-1), a soma de cátions solúveis (29,5 mmol c L-1) e a condutividade elétrica (1.230 µS cm-1) do extrato de aveia. O calcário aplicado na superfície aumentou o pH, Ca2+ e Mg2+ e reduziu o Al3+ do solo até à profundidade de 10 cm. O resíduo de aveia preta mantido na superfície do solo não ocasionou benefícios à ação da calagem superficial na correção da acidez de camadas do subsolo. A calagem superficial não modificou a nutrição do milho, reduziu as concentrações de Zn e Mn nas folhas de soja e não causou alterações no rendimento de milho e soja. A cobertura de aveia preta aumentou as concentrações de P, Ca e Mg, nas folhas de milho, de N e P, nas folhas de soja, e reduziu o Mn no tecido foliar de soja. A manutenção do resíduo de aveia preta sobre a superfície do solo aumentou o rendimento de milho, mas não influiu no rendimento de soja, cultivada após o milho, no sistema plantio direto.

Highlights

  • O sistema plantio direto tem-se destacado como uma das estratégias mais eficazes para melhorar a sustentabilidade da agricultura em regiões tropicais e subtropicais, contribuindo para minimizar perdas de solo e de nutrientes por erosão

  • No início do florescimento das culturas de milho e soja, coletaram-se amostras de folhas em 30 plantas de cada subparcela

  • A calagem também não proporcionou alterações significativas no pH, na capacidade de neutralização do hidrogênio (CNH), nos teores de cátions solúveis (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+) e na condutividade elétrica (CE) do extrato de aveia preta

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no município de Ponta Grossa (PR), 25 o 05 ’ 58 " S e 50 o 09 ’ 30 " W, em um Latossolo Vermelho distrófico textura argiloarenosa, manejado há cinco anos no sistema plantio direto. Os tratamentos com aveia preta foram empregados nos anos de 2001 e 2002, antecedendo os cultivos de milho (2001–2002) e soja (2002–2003). A aveia preta (Avena strigosa Schreb) foi semeada em junho de 2001 e em maio de 2002, na densidade de 80 kg ha-1 de sementes e espaçamento de 0,17 m entre as linhas, sem adubação. No período de pleno florescimento da cultura, nos dois anos, coletou-se a parte aérea das plantas, em três linhas contínuas de 1,0 m (0,51 m2), para avaliar a produção de matéria seca e a composição química do material vegetal. No início do florescimento das culturas de milho e soja, coletaram-se amostras de folhas em 30 plantas de cada subparcela. Amostras de solo foram coletadas logo após a colheita do milho e da soja, aos 18 e 30 meses da calagem na superfície. Os efeitos da cobertura de aveia preta foram analisados pelo teste F e comparados pelo teste de Tukey a 5 %

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Soma de cátions
Cobertura vegetal
Rendimento de soja g kg
LITERATURA CITADA
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