Abstract

Resumo Objetivo: Nossa intenção neste estudo foi compreender, a partir de um olhar da Antropologia do corpo e da saúde, as motivações daqueles que procuram uma educação postural. Método: A análise das informações foi realizada a partir de 50 entrevistas semi-estruturadas realizadas com participantes do programa de extensão “Escola Postural” da ESEF/UFRGS. Resultados: A análise das informações permitiu identificar um argumento principal para justificar o interesse em participar de um programa de educação postural: a vontade de ter boa postura. Conclusão: A importância dada à boa postura demonstrou uma interseção permanente entre saúde, estética e moral.

Highlights

  • Resumo: A intenção neste estudo foi compreender, a partir de um olhar da Antropologia do corpo e da saúde, as motivações daqueles que procuram uma educação postural

  • Os meios de comunicação (FIORAVANTI; SHIMMA, 1992; GLOCK, 1997) e os artigos científicos (CASAROTTO, 1995; SCHENK, 1996; VANDERTHOMMEN et al, 1999) divulgam que 80% da população é acometida, em algum momento da vida, por dores nas costas e ressaltam a necessidade de ter-se uma boa postura para garantir ou recuperar o bom funcionamento do organismo

  • Postura saudável e belo porte confundem-se nos discursos sobre a postura e tornam-se quase sinônimos: a forma e a ação corporal idealizadas como perfeitas são as referências principais para julgar a normalidade da postura e para indicar como proceder à manutenção ou à construção de uma postura saudável, acreditando-se que a construção do porte idealizado pode garantir o bem-estar do indivíduo

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Summary

BOA POSTURA

A ênfase dada ao corpo no século XX fez proliferar inúmeras formas de intervenção que procuram de diferentes maneiras melhorar a aparência, o desempenho, a beleza, a saúde e o bem-estar. Essas providências voltadas ao embelezamento, à prevenção, à manutenção ou à recuperação da saúde exaltam o valor do corpo, acentuando-se de diferentes maneiras nos discursos a necessidade de cuidar da aparência externa e do bem-estar interno (SHUSTERMAN, 2000). Entretanto, como bem demonstra Vigarello (1978) no livro Le Corps Redressé, os discursos sobre a boa postura são frequentemente permeados por ideais estéticos e morais do posicionamento do corpo, indicando, na maioria das vezes, uma preocupação primeira com a aparência corporal. Postura saudável e belo porte confundem-se nos discursos sobre a postura e tornam-se quase sinônimos: a forma e a ação corporal idealizadas como perfeitas são as referências principais para julgar a normalidade da postura e para indicar como proceder à manutenção ou à construção de uma postura saudável, acreditando-se que a construção do porte idealizado pode garantir o bem-estar do indivíduo. Neste artigo, é compreender quais são as motivações daqueles que procuram, dentre tantas práticas corporais disponíveis e difundidas na atualidade, uma educação postural para cuidar de si mesmo

METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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