Abstract
Nosso trabalho tem por escopo identificar as relações de poder que se afirmam mediante o uso biopolítico da violência, a partir da aproximação conceitual entre dois teóricos do biopoder que, ainda que divergentes em sua apreensão da noção foucaultiana, e cujos projetos ontológicos apontem em direções discordantes, identificam um mesmo momento histórico, ora como paradigma, ora como sintoma de processos latentes: por um lado, Giorgio Agamben procura designar o biopoder a partir do entrecruzamento, no corpo da vida nua (em seus diversos codinomes), entre o jurídico e o político, através da decisão soberana que, atuando num patamar de indefinição, insere a vida em seu dispositivo de exceção mediante uma inclusão exclusiva na ordem jurídica. De outra forma, Antonio Negri observa o estado de exceção como um momento implícito no processo de expansão do capitalismo, no qual o declínio da soberania do Estado-nação materializa, por sua vez, o emergir do Império a partir da união entre categorias jurídicas e valores éticos universais, como os direitos humanos, designando uma supranacionalidade jurídica que encontra no estado de exceção um de seus principais eixos de atuação. Assim, definindo a guerra como uma relação social permanente, ou como um dispositivo de biopoder, empresta-lhe renovada importância, porquanto, fundadora da política, expressa, na construção da imagem do Inimigo (abstrato e indefinido), sua função normalizadora, ativa e constituinte, reguladora e gerenciadora da vida e suas formas. A partir do referencial teórico, pretendemos demonstrar que a violência, operando no terreno da exceção, tanto através de seus aspectos “negativos”, como uma tanatopolítica, quanto como regime de biopoder, administrando e regulando o espaço e as subjetividades, a partir de suas características positivas e constituintes, aparece, então, como um dispositivo de biopoder, ou uma bioviolência, que encontra no medo e na imagem do Inimigo suas principais fontes de legitimação.
Highlights
Our work aims to identify the power relations affirmed through the biopolitical use of violence, starting from the conceptual approach between two biopower theorists who, divergent in their apprehension of the Foucaultian notion, identify a same historical moment, sometimes as a paradigm, sometimes as a symptom of latent processes: on the one hand, Giorgio Agamben seeks to designate biopower from the interbreeding, in the body of naked life, or bare life, between the legal and the political, through the sovereign decision that, acting in a level of indefinition, inserts the life in its exception’s dispositif intending a exclusiveinclusion in the legal order
Antonio Negri observes the state of exception as an implicit moment in the process of expansion of capitalism, in which the decline of the sovereignty of the nation-state materializes, in turn, the emergence of Empire from the union between legal and universal ethical values, such as human rights, designating a legal supranationality that finds in the state of exception one of its main lines of action
Based on the theoretical framework, we intend to demonstrate that violence, operating in the field of exception, both through its “negative” aspects, as a tanatopolitics, and as a regime of biopower, admnistering and regulating space and subjectivities, from their positive and constituents characterists, apperars as a biopower’s dispositif, or bioviolence, which finds in the fear and image of Enemy it mais sources of legitimation
Summary
Our work aims to identify the power relations affirmed through the biopolitical use of violence, starting from the conceptual approach between two biopower theorists who, divergent in their apprehension of the Foucaultian notion, identify a same historical moment, sometimes as a paradigm, sometimes as a symptom of latent processes: on the one hand, Giorgio Agamben seeks to designate biopower from the interbreeding, in the body of naked life, or bare life (in its various codenames), between the legal and the political, through the sovereign decision that, acting in a level of indefinition, inserts the life in its exception’s dispositif intending a exclusiveinclusion in the legal order.
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