Abstract

É cada vez maior o número de empresas que comercializam testes de ancestralidade genética a partir do DNA, sobretudo, na América do Norte. Tal fenômeno tem atraído a atenção das ciências sociais, em particular da antropologia. Neste artigo exploramos, enquanto um estudo de caso e a partir de uma perspectiva antropológica comparativa, os perfis de três empresas situadas em diferentes países: African Ancestry, nos EUA; Oxford Ancestors, na Inglaterra; Laboratório GENE, no Brasil. A partir da análise das suas respectivas páginas eletrônicas e de material divulgado na mídia, o intuito é tomar as duas primeiras como contraponto comparativo à última, de modo a avaliar o que as aproxima e distancia no tocante ao trato concedido ao potencial revelador de seus respectivos testes e, também, com que teor questões como pertença étnica/racial perpassam o merchandising de seus produtos e a sua postura pública. Em um plano mais amplo, argumenta-se que contextos sociopolíticos específicos influenciam as formas como os testes de ancestralidade genética são apresentados e justificados para seus respectivos públicos de consumidores. No caso específico da empresa brasileira, situá-la no panorama histórico-antropológico mais geral sobre "raça" e relações raciais, assim como nos debates correntes sobre o assunto, ajuda-nos a compreender como os testes de ancestralidade são justificados e apresentados à sociedade.

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