Abstract

O turnover de um executivo pode tornar-se uma justificativa plausível para um maior aproveitamento de acúmulos discricionários em um determinado período, com consequente evidenciação de um suposto prejuízo maior para a empresa, com o intuito de informar ao mercado, em períodos posteriores, aparentes melhoras nos resultados da organização, o que configura o aproveitamento de acúmulos discricionários por meio da modalidade de gerenciamento de resultados denominada Big Bath Accounting (BBA). Nesse contexto, o objetivo do estudo foi identificar em que medida a mudança de executivos em companhias listadas na B3 está associada com o gerenciamento de resultados. Foram realizadas 1.407 observações de 254 empresas, no período de 2009 a 2014, utilizando-se o modelo de Dechow, Hutton, Kim, e Sloan (2012) para a detecção de gerenciamento de resultados, informações e disponibilidades pela base de dados Bloomberg® para a identificação dos eventos de turnover, sendo utilizado o tamanho (logaritmo natural do Ativo) como variável de controle. A amostra apresenta uma concentração de executivos com idade superior a 50 anos, grande rotatividade desse cargo, com preferência pela nomeação de pessoas internas para a função de CEO e maior representatividade de turnover no ano 2013. Os testes realizados não encontraram indícios de que a mudança do executivo provoca BBA em razão da variação de accruals discricionários no período. Da mesma forma, notou-se a existência não confirmada de diferenças entre a contratação de executivos insiders e outsiders para a utilização de mais gastos discricionários. Apesar da falta de comprovação estatística, o estudo ajuda a compreender os conceitos de BBA e incentiva a quebra de paradigmas, por meio de evidências empíricas de turnover de executivos, no que concerne a essa modalidade de gerenciamento de resultados.

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