Benefícios das plantas medicinais sobre eventos moleculares associados ao tratamento da Doença de Alzheimer

Abstract

A Doença de Alzheimer (DA) caracteriza-se pelo depósito e agregação da proteína β-amiloide (Aβ) e pelo acúmulo de filamentos anormais da proteína TAU. O desencadeamento e a progressão da doença envolvem várias vias de sinalização molecular e não possui tratamento efetivo disponível, destacando-se o uso de plantas medicinais. Plantas consumidas no dia a dia, bem como seus princípios ativos, demonstraram, dentre tantas propriedades medicinais, uma importante atividade neuroprotetora, atuando na regulação e expressão de genes cruciais na progressão e desenvolvimento da DA. O presente artigo, uma revisão integrativa, realizou uma pesquisa abrangente sobre a ação neuroprotetora das plantas medicinais nas vias moleculares relacionadas à Doença de Alzheimer, investigando as relações entre diferentes plantas medicinais e os diversos processos que culminam na DA. Por exemplo, a via de processamento de APP, envolvendo os genes BACE 1, PSEN 1, PSEN 2 e APP, pode ser regulada por plantas como o alho, guaraná, erva-mate, dentre outras. Já, a neuroinflamação, pode ser reduzida por plantas como a Centella asiatica, Curcuma longa, Huperzia serrata, as quais atuam sobre genes como PLA2 e APOE4. Por fim, lesões geradas pelo estresse oxidativo, cujo gene NFE2L2 atua diretamente, podem ser reduzidas plantas como a erva-mate e a Ginkgo biloba. Assim, a compreensão da atuação das plantas medicinais nas vias moleculares envolvidas na Doença de Alzheimer constitui um dos objetivos mais importantes na pesquisa neuropatológica desta doença, possibilitando vislumbrar abordagens não só preventivas, como também terapêuticas para DA, com redução potencial de efeitos adversos.