Abstract

Este artigo analisa os embates em torno da concepção da criação e dos primeiros anos de funcionamento do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), mais conhecido como Banco Mundial. Para isso, remonta ao início dos anos 1940, quando começaram as negociações entre os EUA e a Inglaterra em torno da criação da arquitetura monetária e financeira internacional do pós-guerra. O trabalho discute as propostas originais de ambas as potências, a primazia dos EUA na criação do banco e a forma pela qual a correlação de forças dentro dos EUA jogou um papel importante na modelagem da instituição. Analisa, ainda, a trajetória do banco entre 1946 e 1960, mostrando como as injunções da política externa norte-americana pressionaram a atuação da entidade e de que maneira o banco se inseriu na estratégia de contenção do comunismo. Por fim, discute os fatores econômicos e políticos que levaram à ampliação do BIRD na segunda metade dos anos 1950, mediante a criação da Corporação Financeira Internacional e da Associação Internacional de Desenvolvimento.

Highlights

  • Em 1941, o governo dos Estados Unidos iniciou a elaboração de propostas para o desenho uma nova arquitetura econômica internacional que se seguiria à paz

  • This article analyzes the disputes around the conception, creation and the first years of work of the International Bank for Reconstruction and Development (BIRD), better known as the World Bank

  • The work discusses the original propositions of both potencies, the primacy of the United States in the creation of the bank and the way the force correlations inside the USA played an important role in institution’s modeling

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Summary

Ganhando a confiança de Wall Street

Apesar do controle dos EUA e seus aliados sobre a maioria dos votos no BIRD e da ratificação do acordo de Bretton Woods pelo Congresso norte-americano, o BIRD parecia destinado a um fracasso retumbante nos seus primeiros anos. O outro lado dessa política foi o fechamento, ao longo dos anos 1950, das fontes de crédito internacional aos países mais pobres, uma vez que não eram elegíveis aos empréstimos do BIRD nem tinham acesso aos mercados financeiros. Ao longo dos primeiros dezesseis anos de operação, o BIRD não autorizou nenhum empréstimo para a área social (saúde, educação, etc), fundamentalmente porque Wall Street não aceitaria, mesmo com o governo norte-americano garantindo os compromissos financeiros do BIRD.[80] Os projetos tinham de ser pagáveis e rentáveis, o que requeria análises de custo-benefício que demonstrassem a geração de impactos imediatos na atividade produtiva e dessem lucro. Note-se, em destaque, a proporção do volume de empréstimos para (e entre) a Índia e países latino-americanos, bem como a proporção dos créditos para energia e transporte no total da carteira

Total de empréstimos Países mais desenvolvidos
Agricultura e irrigação
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