Abstract

A Avaliação Externa das Escolas públicas do ensino não superior tem vindo a ser desenvolvida, na atual modalidade, pela Inspeção Geral de Educação e Ciência desde 2005. Findo um primeiro ciclo de avaliação, e iniciado um segundo, em 2011, impunha-se levar a cabo processos de investigação sobre esta realidade, com vista a conhecer os seus impactos e efeitos sobre as práticas dos diversos agentes educativos implicados nesse processo. Foi desse desiderato que teve origem o projeto de investigação «Impacto e Efeitos da Avaliação Externa nas Escolas do Ensino não Superior», (PTDC/CPE-CED/116674/2010), no qual se insere a presente comunicação, e que contou com a participação de seis universidades portuguesas, mapeando a realidade do continente português. No âmbito deste projeto, foi elaborado um questionário que foi enviado a todos os diretores de unidades educativas abrangidas pelo processo de avaliação externa e que permite aos inquiridos, enquanto interlocutores privilegiados pelo conhecimento que detêm das escolas que dirigem, exprimir as suas opiniões sobre os seguintes aspetos: a) domínios e facetas dos efeitos da avaliação externa de escolas; b) Loci (impacto sobre diferentes elementos da escola); c) fatores potenciadores e inibidores do impacto da avaliação externa; d) avaliação global do processo de avaliação externa e e) eficiência do processo de avaliação externa. Na presente comunicação, analisamos os principais resultados deste inquérito, focalizando as perspetivas dos Diretores de escolas do Norte de Portugal e estabelecendo paralelismos com a análise dos resultados do inquérito a nível nacional. Os resultados apontam para uma perceção moderadamente positiva dos impactos e efeitos da avaliação externa de escolas. Esta perceção é mais expressiva em relação aos aspetos relacionados com a autoavaliação e a gestão escolar, e menos expressiva em relação aos aspetos que se relacionam mais diretamente com os comportamentos dos alunos. Relativamente aos Loci, os Diretores avaliam o impacto tanto mais positivamente, quanto mais nos aproximamos da gestão de topo, decrescendo à medida que nos afastamos desta – professores, alunos, pais, comunidade, instalações escolares, etc. Concluímos assim que a avaliação que os diretores das escolas públicas destes dois distritos fazem sobre a avaliação externa indica contributos para repensar processos, sobretudo os mais abrangentes ao nível da organização, percebendo no entanto efeitos menos expressivos no que concerne ao trabalho que se desenvolve no interior da sala de aula, ao comportamento dos alunos e dos elementos da comunidade mais alargada.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call