Abstract

Em 2001, foram realizadas a caracterização física e a avaliação do sistema radicular de citros em dois solos típicos de Tabuleiros Costeiros (Latossolo Amarelo-LA e Argissolo Acinzentado-PAC) do Estado da Bahia, visando estabelecer atributos que melhor identifiquem horizontes coesos. Em cada um dos solos, foram coletadas amostras nos primeiros quatro horizontes, para determinar granulometria, densidade do solo, porosidade total, macroporosidade, microporosidade e condutividade hidráulica saturada. Também foram determinadas a resistência do solo à penetração e a umidade crítica de resistência à penetração. Amostras de raízes de citros foram coletadas nos mesmos horizontes. Foi brusca a diminuição da densidade de raízes de citros nos horizontes AB, Bw1, BA e Bt1, associada ao aspecto coeso, sendo um indicador direto de horizonte coeso; no entanto, pela dificuldade de medição, buscou-se identificar atributos do solo mais bem relacionados com a densidade de raízes. A resistência do solo à penetração foi o atributo que melhor identificou a presença de horizonte coeso, devendo ser avaliada em umidade abaixo daquela considerada crítica para expressar a coesão. A condutividade hidráulica saturada também se revelou adequada para identificar horizonte coeso, podendo ser substituída pela macroporosidade, atributo igualmente importante para tal finalidade e com menor variabilidade e de mais fácil medição que aquele. A densidade do solo pode ser considerada um atributo para indicar a presença de horizontes coesos, tendo como principal limitação a interferência da granulometria na manifestação dos seus valores. Os indicadores recomendados permitem detectar a presença de horizontes coesos, orientando intervenções de manejo para superar os problemas de aprofundamento do sistema radicular que tais solos apresentam.

Highlights

  • Os Tabuleiros Costeiros, formações terciárias presentes desde o Amapá até o Rio de Janeiro, são planícies litorâneas com elevação média de 200 m acima do nível do mar, onde predominam Latossolos Amarelos e Argissolos Amarelos distróficos ou álicos (Jacomine, 1996)

  • Isso provoca redução na absorção de nutrientes e, principalmente, de água pelas plantas, o que, associado às freqüentes estiagens observadas na região de ocorrência de tais solos, faz com que as plantas experimentem estresses freqüentes, resultando em baixa produtividade e baixa longevidade dos pomares de citros (Rezende, 2000)

  • É possível que a menor percentagem de saturação por bases (V) nos horizontes inferiores tenha influenciado o decréscimo da densidade de raízes nesse mesmo sentido; no entanto, acredita-se que tal influência tenha sido bem menor que a da presença da coesão, visto que Souza et al (2002) observaram a presença e o aprofundamento de raízes de citros bem maiores em um solo quimicamente mais pobre, porém sem coesão, em comparação com dois outros solos quimicamente mais ricos, mas com coesão, permitindo inferir que, no caso, o aspecto coeso sobrepujou as condições químicas do solo

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em 2001, em dois pomares de citros estabelecidos em solos representativos dos Tabuleiros Costeiros, nos municípios de Cruz das Almas (Latossolo Amarelo-LA, textura variando de franco-arenosa a argiloarenosa, localizado na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical) e de Rio Real (Argissolo Acinzentado-PAC, textura variando de areia a franco-argilo-arenosa, localizado na Citrocultura do Nordeste Ltda.), ambos no Estado da Bahia. Já no PAC, o pomar de laranjeira ‘Pêra’ (Citrus sinensis (L.) Osbeck), enxertada sobre limoeiro ‘Cravo’ (Citrus limonia Osbeck), foi plantado em 1985 – portanto com anos no momento da amostragem –, no espaçamento de 6 x 4 m, com produtividade média de t ha-1 e longevidade estimada em 20 anos. Dada a impossibilidade de casualização dos fatores avaliados no trabalho, a análise estatística foi feita no esquema de parcelas subsubsubdivididas no espaço, avaliando-se os fatores isolados classes de solo (2), horizontes (4) e posições de amostragem no perfil (5), e as interações entre eles; os perfis (3) foram considerados como repetição. Também foi avaliada a variabilidade das variáveis do solo e da densidade de raízes entre os horizontes, por meio do coeficiente de variação, que foi classificado como baixo (< 10 %), médio (10–20 %), alto (20–30 %) e muito alto (> 30 %), de acordo com Gomes (1984).

Densidade de raízes
Argissolo Acinzentado
Caracterização física dos solos
Mp mp
Variação percentual em relação a Ap
Horizonte AB b a b
Horizonte BA
LITERATURA CITADA
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