Abstract
Resumo Este estudo teve por objetivo comparar indicadores da atenção à saúde reprodutiva das mulheres negras e brancas. São utilizadas informações obtidas no âmbito da Pesquisa Nacional de Demografia, Saúde da Criança e da Mulher (PNDS 2006). Trata-se de uma pesquisa domiciliar por amostragem probabilística complexa com representatividade nacional. Permite inferência para cinco macrorregiões, incluindo o contexto urbano e rural. Foram estudadas 14.625 mulheres brancas e negras de 15 a 49 anos de idade, que representam, respectivamente, 40% e 54% da amostra total da pesquisa. Para análise da assistência à gestação, ao parto e ao puerpério avaliaram-se as gestações dos filhos nascidos vivos nos cinco anos anteriores à entrevista segundo seis variáveis: ter feito pelo menos uma consulta de pré-natal; ter realizado no mínimo seis consultas; o tipo de parto; ter tido a dor no parto normal aliviada; ter contado com presença de acompanhante no parto e ter feito consulta no puerpério. Além da cor, constituíram-se em variáveis independentes para cada um desses desfechos: idade da mulher na data da entrevista, macrorregião de moradia, residência urbana ou rural, estar ou não casada/unida, anos de estudo, religião atual, classificação econômica (critério Brasil) e posse ou não de convênio/plano de saúde. Na análise bivariada, mulheres negras, com menor escolaridade, pior classe econômica e não portadoras de plano de saúde apresentaram desfechos mais desfavoráveis. No entanto, após análise multivariada, as diferença entre brancas e negras perderam significância estatística. Desigualdades sociais e econômicas mantêm-se determinantes das iniquidades na atenção em saúde reprodutiva.
Highlights
This study intended to compare reproductive health care indicators between white and black women in Brazil
Cada um desses indicadores está altamente associado às variáveis de classe econômica, anos de estudo e acesso a plano de saúde, ou seja, apresenta melhores resultados na medida em que as condições de vida das mulheres tornam-se mais favoráveis
Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 9, p. 3807-3816, 2011
Summary
Valores de p referentes ao teste qui-quadrado corrigido pelo planejamento amostral; 1Porcentagem obtida após ponderação; 2N não ponderado e exclui 149 mulheres com informação prejudicada. Fixando apenas a classe econômica, a comparação entre as porcentagens de negras nas seis categorias formadas pelas combinações de plano de saúde e anos de estudo, também não indica diferenças significantes para mulheres das classes D e E (p2=0,268), C (p2=0,093) ou A e B (p2=0,053). Dessa tabela conclui-se agora que, sob as mesmas condições de vida, traduzidas por essas duas variáveis, mulheres negras e brancas não apresentam diferenças significantes em relação à idade, local de residência, religião atual, situação conjugal e anos de estudo (todos com p>0,05). Tabela 3 – Distribuição das variáveis sociodemográficas segundo classes D+E sem plano e A+B com plano, para mulheres brancas e negras
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